Ano Novo

Enfim chegamos ao fim do ano!
Tempo de finalizar e começar novos projetos.

Outro dia à noite, estava olhando a vista do prédio pela varanda.
Lá embaixo, havia um menino de aparentemente uns nove anos, sozinho na quadra de futebol.
Ele estava tentando fazer gol pelo outro lado do campo.
A criança ficou tentando várias vezes.
Era chute pra fora, chute na trave, ia que ia o menino.
A princípio ele estava com todo o gás, quando errava, buscava a bola correndo e a recolocava com cuidado no chão. Mas, não demorou muito para ele começar a se desanimar.
Ele andava agora devagar e balançava triste o braço ao lado do corpo.
Mas continuou chutando mesmo sem ter mais aquela energia e ansiedade.

Enfim, o GOL.

O menino a princípio olhou rapidamente para todos os lados procurando alguém que tivesse visto o belíssimo gol que ele tinha feito.
Não viu ninguém para comemorar com ele, então começou uma dancinha engraçadíssima. Ele dobrou os braços na altura da cintura e rebolou para um lado e para o outro quase perdendo o equilíbrio.
Eu voltei pra dentro de casa morrendo de rir e com certa admiração pelo menino não ter desistido do seu tão sonhado GOL.

O que será que o ano seguinte nos reserva?
Quais serão os próximos sonhos, desejos e objetivos?
Quais serão as próximas falhas e superações?

Escrever aquilo que mais desejamos para o que está por vir é como uma bússola para o desconhecido.
É como um mapa ao tesouro, a gente desenha o “X” e o caminho para seguir.
Geralmente o caminho é cheio de obstáculos, aqueles que temos certeza que vamos enfrentar e outros em que o acaso nos pega de surpresa, em que a gente nunca sabe o que pode acontecer e o que fazer com as dificuldades.

É como o menino tentando fazer seu GOL.

Desanimar faz parte do jogo, mas desistir, nunca.
Afinal de contas o esforço nunca é em vão.
Uma hora ou outra a gente faz o GOL.
E superar a nós mesmos é o melhor tesouro escondido embaixo do “X”.

É como alguns dizem; cabeça nas nuvens e pé no chão.

Bom Natal e um Ano Novo MARAVILHOSO a todos!

Europa em P&B

Fotografia sempre fez parte da minha vida: tanto minha mãe quanto meu pai foram fotógrafos profissionais por mais de 20 anos. Curiosamente, apesar de eu sempre ter tido um certo hábito de fazer fotografias de viagens, festas e tudo aquilo que a gente sempre fotografa, isso nunca foi um hobby meu até muito recentemente. Eu diria que só comecei a encarar a fotografia como um lazer por si só por volta de 2006.

Foi justamente nessa viagem retratada aí embaixo, minha ida para a Europa na época da Copa, que comecei a tomar gosto pela coisa. Daí para a frente, o vício só aumentou, culminando com as aulas da disciplina de Fotografia na PUC, com o professor e fotógrafo Tibério França.

As fotos que se seguem foram feitas com minha saudosa e valente Sony P73. Ela ia até 4 megapixels e tinha um zoom óptico de 3x. Como na época meu cartão de memória era de 256MB apenas, todas as fotos foram feitas com 1 ou, no máximo, 2 megapixels. O efeito P&B já era o da própria câmera e depois eu acrescentei rapidamente (e precariamente) estas molduras no Photoshop só para postar aqui. 

Se vocês clicarem em cada foto, elas aparecerão no tamanho original.


O Que Foi e O Que Pode Ser

Ontem foi o dia mais... mundo da minha vida.
Fui para uma ocupação ontem, a Ocupação Dandara. A situação do terreno é complicada, o terreno era da prefeitura, começou a ser ocupado por famílias que vinham de áreas de deslizamento e por moradores de rua. Então a prefeitura fez uma venda ilegal para uma construtora, e agora com a Copa de 2014 a construtora quer construir um condomínio de luxo e o governo quer “higienizar” o Brasil, o que significa esconder a pobreza, a violência e tudo aquilo que não é bonito de ver. Mas é claro que essa higienização está mais pra varridinha pra debaixo do tapete.

Várias entidades estão tentando intermediar esse caso, inclusive algumas pessoas dessas entidades estão morando lá para viver como a população da Dandara, para sentir na pele seus problemas e incentivá-los a prosseguir na resistência. A ocupação também tem a ajuda fundamental de um frei que conversa com toda a população e com as entidades apoiadoras, cede sua igreja para as reuniões e que inclusive está sofrendo processo de excomungação por isso. Além destes, estão estudantes de direito, senhorinhas católicas, diversos partidos de esquerda, a ONU, institutos e independentes. Todos fortalecendo milhares de moradias de pedaço de madeiras e sem iluminação.

Estava ontem no Fórum de Solidariedade às Ocupações, que aconteceu no pátio da igreja e teve a presença de todos aqueles que eu citei acima e mais alguns representantes da Dandara. Em um primeiro momento demos idéias quanto ao que podia ser feito, depois separamos as tarefas. Ai foi vez de levar as resoluções para o povo. Fomos até a Ocupação, o frei fez uso da sua imagem e do seu carisma para unir as pessoas dispersas em um circulo, introduziu o fala e fez uma reza conjunta muito emocionante. Então um menino da entidade que cuida dos movimentos populares e que mora junto aos moradores, tirou sua fala de graduado em direito pela UFMG que usou na assembléia e começou a conjugar mal os verbos, usar gírias e falar com um jeito mais desembaraçado, que se fazia entender e ganhava a população.

Parei alguns instantes para perceber aquela cena que se fazia, acho que foi a imagem mais bonita que eu já vi, uma centena de pessoas negras e cafuzas, com chinelo no pé e suor na testa, todas naquele circulo iluminado por uma lâmpada fraca lá no alto, olhando aquele menino no centro. Eles tinham tristeza na face, mas o olhar era fixo e de esperança. Era um circulo de gente bem gente, em cima do morro mais alto, onde todas luzes da cidade nos circundavam, com uma fraca luz amarela que ia do centro e ia acabando aos poucos.

E já já é natal... tempo de dar e receber.
Estamos nos dando...
Amém.

A Sociedade do Sonho

Um dos principais motivos deste blog ter surgido era criar um espaço para que o pessoal da turma (todos que desejarem) pudesse ter um espaço para postar e divulgar o que andam fazendo, dentro ou fora da faculdade. Isso ainda não funcionou assim tão bem, mas vamos seguindo.

Este post tem origem no trabalho proposto como seminário final na disciplina "Antropologia Cultural", do 3o período do curso. O grupo era composto por mim, a Isabela Caiafa (aluna da Psicologia) e o Lucas Magalhães e o tema proposto para nosso trabalho consistia nos capítulos iniciais do livro "A Sociedade do Sonho", do autor Everardo Magalhães.

No livro, que é uma versão da tese de doutorado defendida pelo autor, este procura mostrar que a Comunicação de Massa cria uma sociedade paralela, denominada “Sociedade do Sonho”. Esta sociedade existiria em toda a produção da Indústria Cultural e teria a capacidade de dialogar com a sociedade real.

Para chegar ao seu objetivo, primeiramente o autor define aspectos centrais da montagem e realização de um trabalho de interpretação da Comunicação de Massa, e o que ela pode ensinar sobre o fenômeno do consumo. Neste passo, o autor conta passagens de seu estudo de graduação na área, com as dúvidas decorrentes de, por um lado, o estudo da criação de anúncios publicitários sedutores ou programas de televisão, e, por outro, o aprendizado de teorias para questionar tais produções. O autor ainda acrescenta que a Comunicação de Massa tem poderes coercitivos frente à coletividade ou ao indivíduo, além de apresentar uma força externa que nasce fora das consciências particulares, sendo o ato criador em seu campo nada mais que a tradução das significações coletivas.

No segundo capítulo do livro (e da tese), Everaldo buscou uma revisão crítica dos paradigmas da Teoria da Comunicação, para ao final introduzir sua própria tese. Aqui, são apresentados o paradigma positivo, com sua classificação de modelos e elementos constituintes da comunicação. Em seguida, o paradigma do tribunal, opondo "apocalípticos" e "integrados", os primeiros com a visão de que a Indústria Cultural era pouco mais que um projeto de dominação, colonização, repressão, autoritarismo e engodo das massas, e os últimos acreditando que a Indústria Cultural seja capaz de democratizar a cultura para as massas. A crítica a esta teoria levou autores importantes, como Umberto Eco e Roland Barthes a defenderem um novo paradigma. Este ficou conhecido como paradigma formalista, dado seu alto grau de formalismo, convergindo para uma análise semiológica do processo de comunicação. Apesar de sua importância, Rocha aponta problemas significativos com este paradigma com sua tendência geral para o subjetivismo. A imensa força teórica da análise semiológica afasta a mediação reguladora entre estudioso e objeto, deixando-os presos fascinados com a abrangência e poder teórico da área.

Finalmente, Everardo Rocha caminha para a formulação de uma proposta de paradigma que considere a análise etnográfica dos meios de Comunicação em Massa e sua produção. Para isso, propõe que sejam consideradas as interações e os diálogos entre a sociedade real e a sociedade virtual que acaba sendo criada dentro dos meios de comunicação; sociedade esta com ares de “mundo perfeito”, mas criada a partir de conceitos da sociedade real. O autor, então, questiona se essa sociedade de dentro da tela não dialoga e troca informações permanentemente com a sociedade de fora da tela, estabelecendo as bases para um estudo etnográfico da questão, com a tentativa de uma análise marcada pelo compromisso com a palavra do “outro” - neste caso, do mundo idealizado representado pela Indústria Cultural. Fazendo uma análise do filme de Woody Allen, “A Rosa Púrpura do Cairo” e uma analogia com o papel da personagem Cecília, que entra e sai de um filme exibido dentro do próprio filme, bem como dialoga com personagens de ficção na história, Rocha exemplifica o viés antropológico da comunicação constante, do “entrar e sair” à vontade do mundo projetado pela Indústria Cultural.

Como o trabalho foi apresentado com êxito e obteve nota total, resolvi postar aqui. Aqui vão links para o material apresentado na aula e o texto de resumo entregue como parte do trabalho. Se o Mediafire tirar isso do ar e alguém tiver interesse, é só me escrever :)

Preconceito Online

Ultimamente tenho visto cada vez mais comunidades que falam mal sobre a inclusão digital. Olhando tais comunidades eu gostaria muito de falar que fiquei surpreso como são preconceituosas em todos os âmbitos possíveis de preconceito, mas não posso. Sei muito bem o discurso que está por trás disso tudo e infelizmente tenho amigos que o compartilham.
Para esse post eu acompanhei uma comunidade de 23398 membros chamada  MID - Maldita Inclusão Digital.
Essa comunidade pertence ao Orkut, que é atualmente (2010) a rede social online que mais concentra usuários brasileiros.
  
Após uma breve análise da comunidade você perceberá que por trás de imagens engraçadas e piadinhas nos fóruns, tais comunidades abrigam um fascismo disfarçado na Web, fascismo esse que é bem aceito e simplesmente não percebido por quase ninguém e se entranha no nosso senso como um câncer que cresce lentamente antes de nos matar.
Esse ódio contra a inclusão digital é baseado em um argumento que fala que a rede estaria melhor se determinados grupos de pessoas simplesmente não as usasse. Entenda essas pessoas como: pobres, velhos, pessoas de pouca escolaridade etc. Pode-se fazer um paralelo com nosso querido jornalista Carlos Prates, que em um vídeo afirma que a culpa do trânsito nas estradas é dos pobres, pois eles são mais burros e agora teimaram de achar que podem comprar carros... Em âmbitos diferentes considera-se tais bens (as estradas ou a web) como bens que são de direito dos ricos e que os pobres não devem usá-los sob o risco de os estragar com sua ignorância e falta de classe.
Os criadores e aqueles que resolveram entrar na comunidade aparentemente se consideram intelectualmente superiores aos grupos de pessoas que tanto criticam, se consideram dotados de algum tipo de direito oferecido por deus para usar a "internet prometida". 
Em um caminho contrário a nossa gloriosa comunidade MID, eu estou todo dia esperando pela difusão da internet em todas as camadas da sociedade, sejam sociais, de idade, sexual... eu espero um dia que a internet seja usada por todos. Claro que haverá uma quantidade de conteúdo lixo colossal nesse dia, ai eu perceberei que algo está mais certo, pois as pessoas falam mais conteúdo não relevante para resto do mundo do que reflexões pertinentes e é bem justo que a rede seja um reflexo dos seus criadores.

"Civilização e Transcendência"

Vou ser sincera, como de costume, tinha muitos assuntos para abordar hoje, política, práticas humanas, psicologia, mas decidi que vou falar sobre espiritualidade. E quando sentei para escrever tive certeza disso, porque acabo de sair da Terceira Guerra Mundial, se é que sai, e o que vou dizer talvez sirva mais pra mim do que para qualquer leitor. Mas ainda assim, é muito bom ler, e ler com olhos mais limpos possíveis. Isso porque colocarei trechos de um livro Hare Krishna, aqueles que cantam, frequentemente usam roupas extravagantes e tem penteados e hábitos não comuns.
Hahahahahahaha, acho que dificultei a limpeza dos olhos, mas vamos lá:

Dizem que fugimos da realidade. Sim. Fugimos da realidade deles. Mas a realidade deles é uma corrida de cão, e nossa realidade é o avanço em auto-realização. Eis a diferença, por isso os trabalhadores mundanos e materialistas são descritos como asnos. Por quê? Porque o asno trabalha muito em troca de nenhum ganho tangível. Ele carrega no dorso toneladas de pano para o lavador de roupa, e este lhe dá em troca um pequeno feixo de grama. Então, o asno pára em frente à porta do lavrador, comendo grama, enquanto este coloca carga no asno de novo. O asno não tem o bom senso de pensar “Se me livro do controle desse homem, posso obter grama em qualquer lugar. Por que estou fazendo tanto esforço?”. Por isso, os trabalhadores materialistas dizem “Essas pessoas não trabalham como nós, como cães e asnos. Portanto, são escapistas”. Eles criaram uma sociedade que não passa de uma corrida de cães. O cão corre com quatro patas e eles correm com quatro rodas. Isso é tudo. Mas eles pensam que corrida de quatro rodas é avanço da civilização.
Talvez alguém pergunte: “Então não devemos fazer nada?”. “Sim, não faça nada que sirva apenas para aprimorar sua posição social”.


Eu adaptei o texto. E tiveram muitas outras questões que eu grifei no livro, mas, (sinceramente, de novo), essa questão foi a primeira que eu grifei no texto, e vem a ser a primordial e mais especial do livro. Pelo menos pra mim.

O amor é importante.
É importante demais.
E amar para mim, (acho que já disse isso), amar, para mim, é entender.
É entender sem pensar.
É se pôr no outro.
É dizer o que é, (e isso é difícil... é difícil demais... e talvez por isso Terceiras Guerras Mundiais).

“Amo BH radicalmente”

Pacato cidadão

No centro de Belo Horizonte as pessoas zanzam se desviando umas das outras aparentemente satisfeitas com aquele caos. Atravessam a rua fora da faixa demonstrando tranqüilidade em meio aos carros e motos que quase as atropelam.

Algumas mulheres exibem uma grande barriga que cai por cima da calça jeans cintura baixíssima ao comprar CDs e DVDs piratas. Vendedores informais gritam a todo instante e esfregam suas mercadorias na cara de cada transeunte que passa, e estes por sua vez, se desviam e fingem que não se incomodam.

Pessoas param em carrinhos de comida para almoçar e depois satisfeitos, jogam o lixo no chão.

Dormindo em cima de papelões sujos e molhados em plena luz do dia, estão alguns mendigos. O cheiro que exala deles alcança meio metro de distancia, mas as pessoas ignoram por estarem muito mais preocupadas com o que está nas vitrines.

Catadores de lixo empurram seus carrinhos pesados sem nada nos pés.

Andam quilômetros por dia por alguns reais.

Quando o ônibus para, uma verdadeira disputa silenciosa se inicia no ponto de parada. Lotado de pessoas, elas se espremem e se esfregam para chegar primeiro á um assento na janela do ônibus quente e fedido. Ninguém fala nada entre os desconhecidos.

Deficientes físicos se humilham implorando por ajuda aos motoristas dos carros. Poucos ajudam, mas outros fecham seus vidros por medo ou repulsa.

Depois do temporal, as ruas interditadas por alagamento ou postes e árvores caídas transformam o trânsito em uma selva, igual ás horas de pico. Irracionais, os motoristas desesperados só pensam uma coisa: “não vai passar na minha frente” e aceleram rapidamente quando qualquer brecha aparece.

No sul da cidade, mulheres extremamente produzidas passeiam pelos shoppings BH, Diamond Mall e Pátio Savassi em plenas três da tarde.

Executivos chegam à academia em seus carros de luxo depois do trabalho e malham com a aliança no dedo olhando para as ninfas saradas e pensando sabe lá o quê.

Uma vez na vida


Antes de qualquer coisa, é bom dizer que:

1) Meu beatle favorito era o John.
2) Meu 2° favorito era o George.
3) Eu achava que nunca ia ver na vida nada que superasse o REM no Rock In Rio, o Wilco no TIM Festival ou os shows do Radiohead.

o que me fez, durante muito tempo da vida, imaginar que talvez nem me esforçasse tanto ver um show do Paul. Sorte minha que algum dia vi, num bar, o DVD da Praça Vermelha e mudei imediatamente de pensamento.

Agora, entrando no assunto principal, o problema maior deste post é que não há muito o que eu dizer de concreto. Como é que se expressa em palavras alguma coisa que você estava esperando mais ou menos 25 anos para ver e, quando o vê, é muito melhor do que você imaginava?

Foto:Daigo Oliva, site E!Online

Depois de um iniciozinho morno com Rockshow e Jet, só pra dar um oi pra galera, lá veio ele com All My Loving. E no momento em que soou o primeiro acorde Beatle, ao mesmo tempo em que começaram a aparecer as imagens do Hard Day's Night no telão, acabou-se a menor chance de eu permanecer inteiro.

Eu admito que uns e outros podem argumentar que é meio oportunista tocar Something e A Day In The Life/Give Peace a Chance. Por outro lado, como os titulares não vão poder tocar mais para a gente... emocionou do mesmo jeito. Se o Ringo morrer antes do Paul, será que ele começa a tocar Octopus's Garden? :-)

Claro que, apesar de uns momentos divertidos como Vanderbilt, ou tocantes como My Love, por mim, cortava-se quase tudo da carreira solo e tocava-se qualquer coisa beatle a mais, já que eu gosto até do Ob-la-di. (ok, podia deixar a fantástica Live and Let Die, Jet não faz mal, me arrepiei como não esperava com Here Today e, claro, podia incluir Maybe I'm Amazed).

Mas isso tudo são detalhes, detalhes. Foi uma noite daquelas que só acontece uma vez na vida; de um tanto que, caso eu quisesse relembrar aqui nosso amigo Rob Fleming e fazer um top 5, o show de 21/11 iria ocupar os 3 primeiros lugares, com folga1.

Obrigado, Sir Paul. E volte sempre ;-)


1 - "The End", sozinha, já assumiria o primeiro lugar da lista.

Sobre a certesa/ Sobre a certeza

Fazer comunicação é difícil, porque nunca se sabe tudo, nunca se está 100% preparado. E ainda assim vejo colegas, ou mesmo profissionais, que se sentem aptos para colocar adjetivos de valor e explicar situações sem tê-las apurado a fundo.
Muitas vezes eu me sinto insegura demais pra falar sobre algo ou mesmo escrever, só consigo quebrar isso pensando em duas coisas: Um- o conhecimento não é um bloco duro, fixo e imutável; dá pra pesquisar, dá pra saber mais sobre o que eu quiser... ou quase tudo. E, principalmente, Dois- El@s também não sabem.
E quando digo “El@s” não significa @s comunicolog@s, significa humanos terráqueos (sim, existem teorias de que haja humanos não terráqueos, só não sei se podem ser considerados humanos. Ai já ia ter que ver se há reprodução com filho fértil).
Mas enfim, muita gente escolhe comunicação porque “sabe se comunicar”, mas o que é “sabe se comunicar?” É saber dizer o que quer e ter a mensagem recebida como queria? Ou é falar com convicção laciando os argumentos sólidos com habilidade para formar uma imagem mais bonita?
Ser comunilog@ pra mim, não só é divulgar, é arquitetar o caminho da melhor forma possível para que alguém ou alguma situação fale.
E há tanta gente e tanta coisa precisando ser dita. E há tanta futilidade sendo dita e querendo sempre dizer mais.
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As pessoas são muito carentes, (e é claro que eu também sou pessoa), mas tem gente, e muita gente, que não aceita a carência e que acha que tendo algo X vai ser amado. Muitas destas pessoas estruturam suas vidas em cima de planos tão vazios, e que revelam uma carência enorme que, (em boa parte das vezes), não vai se resolver com a conclusão do objetivo.

[Gente que quer ser “autoridade”, ser “melhor que @s outr@s” (e ess@s que costumam ser @s que menos vêem @s outr@s),e tantos, tantos dess@s são comunicólog@s. Dominador@s da “massa” pseudodominada]

Mas amor não se ganha assim, assim se consegue no máximo idolatria barata. Amor, pelo menos pra mim, é entender a condição em que a pessoa ou coisa foi colocada e perceber, sem que pense nenhuma frase, que é muito semelhante à sua condição. (É por isso que é um sentimento que une e tranqüiliza; tranqüiliza porque com o entendimento você não precisa provar nada ou parecer nada)
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Bem... no texto original, que eu garranchei na minha agenda, tinha mais coisa e havia mais texto que eu queria ter escrito aqui para arredondar todo "um mundo" que eu venho pensado. Mas percebi que esse “mundo” não se arredondou ainda, é só poeira estrelar. Fica então ai esta a introdução um pouco desenvolvida do que venho pensado.
Mas adianto dizendo que algumas das frases que são chave para o aprofundamento que virá é “Amor X Estratégia” e a frase do Eugênio Bucci no livro Ética e Imprensa. “aquilo que o cidadão quer, precisa e tem o direito de saber, o que não necessariamente coincide com o que os outros querem contar”.

...

E a criança suja e nua parou no meio da rua tomada por insetos, capim, pequenas e grandes árvores. Parada, ficou olhando para longe, para o horizonte que pouco aparecia atrás das ruínas de majestosos prédios tomados por plantas. Suas mãos calejadas largaram os galhos que antes carregavam e a criança contemplou a sua visão. Não externava nenhum sentimento no seu rosto, a garota simplesmente olhava para o horizonte, por fim, a criança Sorriu. Outros meninos e meninas nus que passavam por aquela rua observaram a menina que estática mantinha o olhar fixo e um singelo riso na boca. De repente, todas as crianças nuas que estavam por perto foram até aquela grande rua tomada por insetos, capim, pequenas e grandes árvores para contemplar a menina que olhava para o horizonte.
Repentinamente uma criança vestida com farrapos que mal cobriam o sexo apareceu entre as crianças sujas e nuas que rapidamente abriram passagem para o menino que foi em direção da primeira criança.
O menino não era muito menor que a garota, alcançava a altura do seu ombro. A olhando enraivecido, cuspiu na cara da menina nua e logo após a deu um severo tapa no rosto. O vento soprou impiedosamente enquanto a garota se recompunha da agressão. Um pedaço de uma embalagem metálica enferrujada, quase se desfazendo, voou em direção ao rosto de uma criança que olhava a cena e a cortou na têmpora. A criança machucada fez leve pressão para que e o sangue estancasse, foi tudo que fez.
Algumas lágrimas contidas nos olhos e nada mais, a primeira garota voltou a encarar o menino esfarrapado. Finalmente alguma emoção podia ser observada em seu rosto, era algo como ódio e alegria ao mesmo tempo, como se os dois sentimentos estivessem se fundindo e explodindo em algo diferente. O menino esfarrapado a agrediu novamente com um tapa no rosto, dessa vez a menina não precisou se recompor, imediatamente deu um tapa no rosto do menino com tamanha força que a criança caiu no chão e lá ficou. A garota rasgou as roupas do menino esfarrapado sem muito esforço o deixando nu como todas as outras crianças que lá estavam.
De longe, observando a cena, estavam outras crianças vestindo farrapos. Todas as crianças nuas que estavam por perto pararam e passaram a observar o horizonte assim como a primeira menina suja e nua. O garoto que antes usava roupas deitou-se no chão e fixou o olhar no asfalto que se soltava da rua, ele começou a chorar.
Minutos depois centenas de crianças nuas correram na direção da dezena de crianças esfarrapadas e repetiram o ato da menina, rasgando suas frágeis roupas. Alguns tentaram subir em cima das prateleiras de um prédio próximo para se proteger mas foram logo alcançadas pelas outras crianças. No fim daquele dia todos estavam nus e acenderam uma fogueira no topo de uma grande construção... logo as crianças dormiram.

"O que é que há, Velhinho"?

Já faz algum tempo que eu quero postar isso aqui.

Praticamente metade da minha vida aqui em Belo Horizonte eu passo dentro dos ônibus, sendo voltando da faculdade ou indo para o Shopping comprar alguma coisa. Sendo como for, é uma média de dois ônibus por dia. Dessa forma, como passo muito tempo dentro dos "balaios", eu tenho tido acesso a casos e acontecimentos tão frequentes que simplesmente não é possível não falar deles aqui ou em qualquer lugar.

Desde quando eu comecei a viver essa vida de estudante universitário em BH, o que aconteceu há dois anos, tenho visto a BHTrans espalhando uma política de melhoria no transporte público que vai desde o espaço aberto a sugestões até ao desconto no segundo ônibus aos domingos. Coisas básicas que todo departamento de trânsporte tem a obrigação de fazer enquanto empresa. Contudo, essas "melhorias", pelo menos a maioria delas, fica só na teoria, e o que é visto, não só por mim, mas por todos que utilizam o transporte público, é uma sucessão de erros, repetidos à exaustão, tanto pelos motoristas, pelos agentes de bordo quanto pela própria BHTrans que não toma nenhuma atitude frente aos usuários indignados com a má qualidade do trabalho que eles vêm realizando.

Por obrigação e determinação do própria BHTrans, os consórcios devem reservar um determinado número de assentos preferenciais para idosos, gestantes, deficientes e obesos (quem nunca viu aquelas cadeiras amarelinhas na parte da frente dos ônibus?). Todos os consórcios seguem perfeitamente essa regra imposta pela BHTrans, mas o que acontece na prática é que muitos idosos e todos aqueles que têm direito ao assento preferencial acabam ficando de pé. Com ônibus lotados, as pessoas não se dão ao trabalho de ceder o espaço reservado a elas. Para não sentirem culpa de deixar a mãe com o filho no colo se equilibrando como pode no corredor, muitos fingem que estão dormindo, ou simplesmente não se importam, preferindo olhar para a janela e fingir uma distração. Maior problema ainda é o agente de bordo, o cobrador, que vê o que acontece e se abstém totalmente de cumprir sua obrigação, resumindo seu emprego a receber o dinheiro da tarifa.

Os motoristas também têm sua parcela de culpa. Já perdi a conta de quantas vezes já fiz sinal para ônibus que não parou quando deveriae de quantas pessoas já vi terem que esperar pelo segundo ônibus porquê o motorista "não viu". Ora, ou ele não viu ou a negligência é grande e frequente demais.

Outro ponto que me incomoda bastante é a brusquidão e imprudência com que os motoristas dirigem os ônibus. Como se estivessem com carros de pequeno porte, "costurando" os outros veículos e pressionando quem não sai da frente; até mesmo já presenciei dois ônibus disputando racha na Avenida Antônio Carlos, que liga a Pampulha ao Centro. No bairro onde moro, Santa Amélia, na região da Pampulha, quem já foi lá sabe que as ruas são todas estreitas, daquelas onde só um carro por vez consegue passar. Mas só quem anda de ônibus naquele lugar sabe a velocidade absurda com que os motoristas entram através das vielas. A sensação de que eles vão carregar todos os carros estacionados é constante. Essa velocidade com que eles dirigem costuma causar acidentes dentro dos próprios ônibus. as pessoas têm que se equilibrar como podem nas cadeiras, nas barras de aço e ai de quem não conseguir se segurar a tempo.

Andar de ônibus se trasformou em uma aventura forçada diária para todos aqueles que, como eu, necessitam do transporte público. Não estou generalizando. Há motoristas e agentes de bordo que são exemplos de bons profissionais, mas a maioria deles deixa a desejar, cumprindo sua obrigação como se estivessem ali fazendo algum favor aos usuários.

Ocultismo

"Eles devem achar difícil, aqueles que tomaram a autoridade como verdade, em vez da verdade como autoridade" - Gerald Massey, egiptólogo.

Recentemente, nos últimos posts, eu tenho falado muito em Ocultismo e tudo aquilo que a maioria das pessoas chama de exotérico ou, em casos em que se há menos intolerância dos assuntos abordados, "interessante". Mas eu entendo, porque não expliquei em momento algum o que é o tão pouco conhecido, mas não menos mencionado, "ocultismo".

Mas o que vem a ser esses estudos exotéricos, de ciências não convencionais e até mesmo absurdas (assim alguns dizem)? Bom. Uma outra definição correta para o ocultismo seria "ciências ocultas", cujo próprio nome, auto explicativo, já deixa bem claro o que é. Ou não. Mas tudo bem, eu entendo, não é tão fácil quanto parece ou quanto se pensa que é. O nome ciências ocultas é um tanto quanto vago quando se trata desses temas que, na maioria esmagadora das vezes, nunca são abordados ou, quando alguém toca no assunto, é levemente mencionado.

Enfim, o ocultismo nada mais é do que um conjunto de práticas e teorias que têm como objetivo descobrir os segredos naturais, universais e também da própria humanidade. É, tem exatamente o mesmo objetivo de todas as outras ciências no mundo, contudo, o ocultismo trata de um tipo de conhecimento que está além da esfera do conhecimento empírico, o que está na natureza que ainda não foi desvendado e o que é secreto. A comunidade científica não aceita o ocultismo e suas descobertas como provas válidas por esse motivo e também pelo agravante de que suas metodologias não são compartilhadas. Sob todos os aspectos, o ocultismo está relacionado aos fenômenos ditos "sobrenaturais", ou seja, conjecturas metafísicas e teológicas, algumas das quais relacionadas às culturas de povos antiqüíssimos e ditos clássicos.

Nas ciências ocultas, a palavra "oculto" refere-se a todo "conhecimento secreto" ou "não revelado", o que leva de volta à não aceitação do ocultismo por parte da ciência convencional, que é sempre associada ao "conhecimento ortodoxo". Esse conhecimento oculto é chamado assim, "não revelado", por estar em desuso ou permanecido nas raízes das culturas, portanto, para as pessoas que estudam e se aprofundam nessa filosofia ocultista, o conhecimento oculto acaba se tornando algo comum e compreensível em matéria de símbolos e significados.

Mesmo que muitos dos símbolos usados nessa ciência estejam sendo utilizados normalmente e façam parte da linguagem verbal e/ou escrita, eles permanecem como estão. Ocultos. Seu significado e seu verdadeiro sentido continuam nas raízes das culturas. A partir dessa linha de raciocínio, ora mais, podemos, então, concluir que pode ser chamado de "ocultismo" tudo aquilo que seria uma sabedoria intocada, que poucas pessoas chegam a ter conhecimento, por estar longe da visão objetiva delas, ou longe de seu interesse. Desde sempre o ocultismo foi concebido como um saber acessível apenas a pessoas iniciadas, ou seja, pessoas que passaram por um processo de inserção a um grupo atípico, separado do comum e do popular. Como uma espécie de batismo, onde as pessoas escolhidas fossem treinadas e guiadas a se iniciar numa nova forma de compreender e pensar tudo aquilo que já se conhece, transcendendo-o.

Ora, dessa forma, podemos dizer que o ocultismo consiste não em acessar fatos concretos e mensuráveis, mas trabalhar com a mente e espírito.

Qual Navegador Você Usa?

Achei que seria de interesse do João e do Jodilson (mais do João do que do Jodilson), que são os nerds-mor desse blog, colocar isso aqui. O João até já falou sobre a briga dos navegadores aqui, se bem me lembro.

O Filme!!

Acabei de assistir "Tropa de Elite 2- O Inimigo Agora é Outro", fiquei ...
sem palavras!!!!!

Minha admiração pelo José Padilha só cresceu, o cara é incrível mesmo. É um filme daqueles que não parecem filme, quase dá pra tocá-lo. E o melhor de tudo é que o filme aponta e cutuca a maior das podridões brasileiras, que é o sistema político.

Para quem é de esquerda e também para quem é apaixonado por subliminaridades, esse filme foi um prato daqueles. Ora aparece no computador do "deputado do bem" o símbolo do PSOL, até com o solzinho!!!!! E para quem é , creio que até minimamente, de esquerda, deve ter reparado nas falas finais do filme, falando que as favelas não existem a toa.

Mas aquela fala do final... meu deus, que foi aquilo?! Foi o melhor quase-final que eu já vi, (o final mesmo foi brega), mas aquele trecho esfregou a realidade diante as câmeras e a fez dialogar com o expectador.

Só não fiquei mais satisfeita porque me lembrei do tanto de vezes que eu vou para o cinema assistir a um filme nacional, e de quantas vezes eu assisto a um filme nacional, e quantas dessas vezes o filme é bom (o que eu aposto que é muito mais por falta de verba e de bons esquemas de reprodução, do que propriamente cabeças e idéias de roteiro, em que, aliás, desconfio muito que sejamos muito ricos).

Enfim termino este meu primeiro post, explicitando meu orgulho-alheio ao Sr. José Padilha.

Fotografia

Eu sei que eu já inaugurei o a aba com o tag de Fotografia com os posts anteriores sobre o assunto em questão, mas é com esse aqui que quero oficialmente iniciar os posts sobre fotos.

As duas imagens abaixo foram feitas pelos alunos de Comunicação Social do 7º período da PUC Minas para a disciplina Fotopublicidade, dada pelo professor e fotógrafo Tibério França. Os alunos deveriam fotografar qualquer objeto de vidro e entregar, sem qualquer manipulação digital, a imagem num formato final para publicidade.

A ideia inicial de nosso blog era que colocássemos nossos trabalhos feitos em sala aqui como forma de divulgação do que nós temos feito no decorrer do curso, então achei interessante fugir um pouco para fora de sala e colocar o que tenho produzido também no Laboratório de Fotografia. Há quem diga que nós não fazemos nada, mas isso não é bem verdade. As fotos abaixo foram feitas com meu auxílio e palpite. Toda a iluminação e também um pouco da direção fui eu quem fiz e produzi, e foram escolhidas para ir para o Flickr do Laboratório como duas entre as melhores feitas pelos alunos.

Clique nas imagens para ampliar

Sobre os Estudos | Artur, Luiza e Mariana

Mais um da série "Sobre os Estudos".

Dessa vez, o grupo a se apresentar foi, na verdade, um trio. Formado pelos nossos colegas de sala, Artur, Luiza e Mariana, o grupo complementou o trabalho apresentado pela dupla da semana passada, Jodilson e Michele. Eles estudaram o mesmo livro, Magia e Capitalismo: Um estudo antropológico da publicidade, de Everardo Pereira Guimarães Rocha, mas avaliaram outros três capítulos.

Vou manter o mesmo esquema que usei para o post sobre a apresentação deles, colocando aqui a interpretação que eles mesmos fizeram sobre o livro de Everardo P. Guimarães Rocha.

obs.: as opiniões expressas abaixo não representam as opiniões pessoas dos integrantes do grupo ou de qualquer membro desse blog. Esse é apenas um exercício feito em sala de aula.

Revistas e Anúncios
Artur
Mariana

A partir da suposição de que a publicidade é um sistema e que cada anúncio reproduz sua lógica mais geral, o autor decide escolher alguns como "mito de referência". Ele analisa os diferentes públicos e os diferentes textos em revistas, onde homem e mulher são pessoas que vendem barato o seu trabalho e compram caros bens de consumo. O homem é "público e profissional" e a mulher " do lar, doméstica". Além de revistas masculinas e femininas, existem revistas neturas em que se vê um tom purificador, neutro e distante com editoria tais como "Mundo", "Cultura", "Ambiente".

O Totemiso Hoje
O anúncio procura um tipo de "público alvo" cujo perfil é esboçado pelos publicitários de forma bastante clara. Com o sistema de transformação é que permite ao consumidor incorporar a mensagem publicitária ao seu próprio mundo. Já o sistema de classificação trabalha intensamente com a criação de classificação de uma representação. O "totemismo" é um sistema de classificação que opera em diversas sociedades procurando manter uma complementaridade entre natureza e cultura, tal como o "operador totêmico", ela é uma forma de organização do mundo. Ao nomear os produtos, ao identificá-los e climatizá-los, a publicidade os diferencia e os traz para o nosso mundo. A publicidade individualiza cada produto como o passo fundamental para torná-lo "humano".


O Anúncio Publicitário

Luiza

O sistema publicitário operando, na prática, a conjunção da esfera "produção" e da esfera do "consumo". O anúncio pode surgir no fluxo do cotidiano de cada um de nós quase que em qualquer circunstância. Uma das características fundamentais do anúncio é que seu controle se situa fora das nossas escolhas. Boa parte dos anúncios é intervenção e transformação dos fatos da realidade utilizando-se de um objeto mágico, que se torna o produto. Esse tipo de intervenção inadequada entre meios e fins caracteriza o chamado pensamento mágico. O anúncio faz com que o produto seja um objeto que convive e intervém no universo humano. A verdadeira magia da publicidade é incluir o produto nas relações sociais dos receptores.

Mariana e Luiza,
durante a apresentação


Fotos por Daniel Valério

Manifesto Futurista

Já faz algum tempo que eu queria colocar isso aqui. O post estava nos rascunhos há tempos, mas com tantas coisas acontecendo ao mesmo tempo, o esquecimento, a preguiça e a falta de tempo vão afastando essas pequenas coisas de se concretizarem.

Esse é o Manifesto Futurista. A primeira vez que fiquei sabendo dele foi através de um amigo que faz Artes Plásticas aqui na UEMG. Foi escrito pelo italiano Filippo Tommaso Marinetti em 1909 e publicado pela primeira vez no jornal  Le Figaro no mesmo ano. O início do movimento da arte moderna foi marcado por esse manifesto, que foi escrito e publicado há tanto tempo e ainda assim identifica tanto o mundo como ele é, e nós, que nele vivemos.
  1. "Nós queremos cantar o amor ao perigo, o hábito da energia e da temeridade.
  2. A coragem, a audácia, a rebelião serão elementos essenciais da nossa poesia.
  3. A literatura exaltou até hoje a imobilidade pensativa, o êxtase, o sono. Nós queremos exaltar o movimento agressivo, a insônia febril, o passo de corrida, o salto mortal, o bofetão e o soco.
  4. Nós afirmamos que a magnificência do mundo enriqueceu-se de uma beleza nova: a beleza da velocidade. Um automóvel de corrida enfeitado com seu cofre enfeitado com tubos grossos, semelhantes a serpentes de hálito explosivo... um automóvel rugidor, que correr sobre a metralha é mais bonito que a Vitória de Samotrácia.
  5. Nós queremos entoar hinos ao homem que segura o volante, cuja haste ideal atravessa a Terra, lançada também numa corrida sobre o circuito da sua órbita.
  6. É preciso que o poeta prodigalize com ardor, fausto e munificiência, para aumentar o entusiástico fervor dos elementos primordiais.
  7. Não há mais beleza, a não ser na luta. Nenhuma obra que tenha caráter agressivo pode ser uma obra-prima. A poesia deve ser concebida como um violento assalto contra as forças desconhecidas, para obrigá-las a prostrar-se diante do homem.
  8. Nós estamos no promontório extremo dos séculos. Por que haveríamos de olhar para trás, se queremos arrombar as misteriosas portas do Impossível? O Tempo e o Espaço morreram ontem. Nós já estamos vivendo no absoluto, pois já criamos a eterna velocidade onipresente.
  9. Nós queremos glorificar a guerra - única higiene do mundo - o militarismo, o patriotismo, o gesto destruidor dos libertários, as belas ideias pelas quaise se morre e o desprezo pela mulher.
  10. Nós queremos destruir os museus, as bibliotecas, as academias de todas as naturezas, e combater o moralismo, o feminismo e toda vileza oportunista e utilitária.
  11. Cantaremos as grandes multidões agitadas pelo trabalho, pelo prazer ou pela sublevação; cantaremos as marés multicores e polifônicas das revoluções nas capitais modernas; cantaremos o vibrante fervor noturno dos arsenais e dos estaleiros incendiados por violentas luas elétricas; as estações esganadas, devoradoras de serpentes que fumam; as oficinas penduradas às nuvens pelos fios contorcidos de suas fumaças; as pontes, semelhantes a ginastas gigantes que cavalgam os rios, faiscantes ao sol com um luzir de facas; os piróscafos aventurosos que farejam o horizonte, as locomotivas de largo peito, que pateiam sobre os trilhos, como enormes cavalos de aço enleados de carros; e o voo rasante dos aviões, cuja hélice freme ao vento, como uma bandeira, e parece aplaudir como uma multidão entusiasta".

Got couch? Couchsurfing e mudanças de vida

Pouco antes de me mudar para Belo Horizonte um grande amigo meu me falou de um modo diferente de viajar. Eu não precisaria ficar trancado em um hotel e passar o dia todo pegando táxis para visitar praças e museus ou outras coisas chatas que existem em guias de viagem, eu poderia sair com os moradores daquela cidade e até mesmo ficar nas suas casas, eu achei arriscado e sensacional ao mesmo tempo.

Enfim, eu fiz minha viagem e me hospedei em um hotel na região central da cidade. Por volta das 19 horas eu estava zapeando na TV, não me lembro o desenho que eu estava assistindo, eu só lembro que tinha acabado. Entediado, juntei coragem, puxei o telefone e liguei para o número que havia anotado três dias antes em um pequeno caderno do DragonBall. Liguei para um dos meus melhores amigos atualmente.

Ele não estava na cidade, estava no interior visitando a mãe, mas me passou o número de um cara que me passou o número de outro cara que havia se mudado para Belo Horizonte também. Esse ultimo cara estava organizando uma festa na sua casa. O dono da festa também veio a ser outro grande amigo. Peguei um taxi e fui ao endereço que me indicaram pensando como seria acordar sem os rins.

Ainda meio tímido, eu fui ao apartamento no 10° andar, apartamento que viria a ser como uma segunda casa para os momentos de solidão dos meus primeiros meses na cidade. Ensaiei um pouco antes de tocar a campainha e fui nessa, Olá, você é do CS? Entra ai, meu! (Sim, ele é de São Paulo). Eu fui recebido numa das festinhas em casa mais divertidas que já estive.

Depois continuo contando mais sobre minhas experiências dentro do Couchsurfing, é que que guest da Alemanha está chegando logo.








Fica a foto desse dia.
www.couchsurfing.org

Sobre os Estudos | Jod e Michele

Nas últimas semanas estivemos ocupados com trabalhos em excesso que os professores tem nos encarregado de fazer (não se deixem enganar pelo último post gigante), e por isso quase não tem havido atualizações aqui. On the other hand, esse post também tem espaço para divulgação de tudo aquilo que nós fazemos em sala de aula e também como forma de acompanharmos nosso próprio desenvolvimento acadêmico. Então tive a ideia de não só divulgar os trabalhos aqui como também cobrir as apresentações durante as aulas. Como estudante de Fotografia e monitor do Laboratório de Fotografia da PUC, eu quase me senti na obrigação de fotografar os grupos.

Claro que nem todos se deixam ser fotografados, ainda existe o seleto grupo de pessoas que ameaçam todos aqueles que apontam uma câmera para elas. Enfim. Com esse primeiro post eu publico aqui as fotos da primeira apresentação, feita pelo colaboraborador deste blog, Jod, e da nossa colega de sala, Michele.

O ideal seria que todos os nossos colegas participassem do blog, mas muitos não podem. Então, eu tomo notas das apresentações para poder colocar aqui tudo o que é explicado durante as apresentações, mas felizmente eles entregaram uma folha com toda a apresentação resumida. Achei melhor colocá-la aqui, porque assim fica a interpretação deles, e não a minha.

obs.: as opiniões expressas abaixo não representam as opiniões pessoas dos integrantes do grupo ou de qualquer membro desse blog. Esse é apenas um exercício feito em sala de aula.

A dupla Jod e Michele analisou três capítulos do livro Magia e Capitalismo: Um Estudo Antropológico da Publicidade, de Everardo Pereira Guimarães Rocha.

O Estranho Mundo dos Anúncios
O roteiro de uma viagem no mesmo lugar

Nesse capítulo o autor faz uma introdução do que irá abordar no decorrer do seu livro. De início afirma que o estudo propõe uma interpretação da publicidade. Segundo o autor, no mundo dos anúncios os produtos são sentimentos e a morte não existe. Onde o cotidiano se forma em pequenos quadros de felicidade e não se habita a dor, a miséria, a angústia e a questão.
Michele

O autor se mostra bem crítico e com um olhar particular que a publicidade é o mundo da mágica.

"Lá, no mundo do anúncio, a criança é sempre sorriso, a mulher desejo, o homem plenitude, a velhice beatificação. Sempre mesa farta a sagrada família, a sedução. Mundo nem enganoso nem verdadeiro, simplesmente porque seu registro é o da mágica" - Pág.: 25

Uma Tribo de White Collars
Aspectos etnográficos do Grupo de Publicitários

O objetivo desse capítulo é entender, conhecer e discutir o grupo de pessoas que produzem as chamadas "mensagens publicitárias".

O autor apersenta os publicitários como pertencentes do grupo do "magazine", juntamente com os ambulantes, representantes de vendas, balconistas, pesquisadores. Os publicitários parecem ter consciencia dessa posição, pois procuram marcar cuidadosamente os limites de sua identidade profissional. Buscam tanto ditinguir-se dos demais tipos de vendedores quanto controlar o acesso a sua identidade profissional. Essa distinção situa especificamente os publicitários do Rio de Janeiro enquanto grupo no universo dos white collars (colarinho branco).

Jod e Michele


Publicidade e Razão Prática
Uma discussão de produção e consumo

Esse capítulo discute essencialmente o domínio de produção que evidencia a ausência do humano, ao passo que o consumo é onde a presença do homem é constante, e esses dois domínios, produção e consumo, são fundamentais no circuito econômico e se encontram em um espaço que é ocupado pela publicidade. Se, por um lado, no domínio da produção, a dimensão do humano pode ser afastada das consciências particulares, por outro, o objeto só vai se completar enquanto produto no domínio do consumo.

Fotos por Daniel Valério

Referências Religiosas em Stairway to Heaven

Todos conhecem a canção "Stairway to Heaven", da banda inglesa Led Zeppelin. Lançada em 1971 pelo álbum "Led Zeppelin IV", foi composta pelo guitarrista Jimi Page e pelo vocalista Robert Plant. Mas pouca gente, apesar dos esforços, conseguiu entender realmente o significa todo o simbolismo por trás dela. Há quem diga que nela há apologia a adoração ao demônio, paganismo, menstruação de mulheres e o muitas outras bobagens, como pensar que Robert Plant e Jimi Page estavam falando de maconha e ficar doidão. Claro que não é nada disso. A mensagem por trás dela é de esperança, nada mais.

Mas para entendermos exatamente a letra, precisamos entender o contexto no qual a música foi escrita. A música foi composta durante os anos de 1970-71, período no qual Jimi Page trabalhou numa livraria especializada em livros sobre ocultismo (depois vou falar detalhadamente o que é o ocultismo aqui), vendendo muitas obras de Aleister Crowley, um importante magista e ocultista. Sabendo disso, agora podemos seguir.

A música trata de todo o processo de evolução espiritual, que é representada pela subida na escadaria alegórica para o Paraíso: a Starway.

There's a lady who's sure
All that glitter is gold
And she's buying a stairway to heaven

A "dama", no caso, não é nenhuma mulher com problemas pessoais ou necessidade de ajuda, mas sim a Qualidade Universal do Espírito, que muitas vezes é representada em contos pela princesa aprisionada na torre. Ela é a nossa vontade primordial, que nos leva ao auto conhecimento e ao início da escada de Jacob, que é o Caminho das Estrelas para o Paraíso (Starway to Heaven). Esse trocadilho foi utilizado em outros contextos para expressar as mesmas ideias, como o personagem principal da antiga trilogia do Star Wars, Luke Skywalker. Há vários lugares comuns entre as mitologias quando o assunto é Yesod. A "dama" na mitologia nórdica é Frigga. Na mitologia egípcia ela é Ísis. Na cristã, é Maria. Diana. Afrodite. Iemanjá. E muitas outras. Enfim, ela é um aspecto da criação e está presente em cada um de nós. A frase seguinte "tudo o que reluz é ouro" vai contra o dito popular "nem tudo o que reluz é ouro". Aqui, o contexto remete ao otimismo e à esperança que a nossa "dama" possui para enxergar que tudo tem seu brilho, beleza e que mesmo a menor faísca de luz divina possui um grande potencial para crescimento dentro de cada um de nós. Podemos compreender, então, que essa é uma maneira de subir degrau por degrau da escadaria para o Paraíso. A escada simbólica, a Escada de Jacob, contém um mapa da consciência do ser humano, que parte do mais profano até o mais divino, que nós devemos trabalhar até alcançarmos a realização espiritual, que é o que toda religião propõe. O hinduísmo chama de Nirvana, o cristianismo Reino dos Céus. É aqui que todas as teorias e argumentos dos ateus e crentes caem por terra. Por trazerem os deuses para o mundo real, ou seja, o mundo físico, eles ficam brigando a respeito de toda a veracidade das imagens que servem apenas para representação de um aprimoramento interior.

When she gets there she knows
If the stores are all closed
With a word she can get what she came for

Aqui, apesar de ainda estar no contexto, é colocada em pauta o "verbo", a palavra "mágica" que pode dar criação a o que quer que o magista queira. A explicação é bem mais complexa, mas como eu não expliquei nada ainda sobre as abordagens de Aleister Crowley sobre a Thelema, ou seja, a Vontade, vou simplificar numa linguagem bastante leiga. Essa parte da letra está querendo dizer que a "dama", ao trilhar o seu caminho em direção à Iluminação, tem certeza daquilo que procura. Em outras palavras, ela conhece a sua Verdadeira Vontade.

There's a sign on the wall
But shw wants to be sure
'Cause, you know, sometimes words have two meanings

Aqui, a ideia passada é que todos os símbolos possuem mais de um significado, o que implica que a pessoa ao buscar o auto conhecimento precisa ser cautelosa. Todas as Ordens Iniciáticas (Maçonaria, Rosacruz, Demolay) trabalham com símbolos (deuses, signos, parábolas e alegorias) e é por isso, Jodilson, que os indianos chamam esses caminhos falsos de Maya, que representa a Ilusão. Dessa forma, todas as religiões alertam para os iniciados sobre esses desvios que podem levá-los para fora da escadaria. Na mitologia cristã, isso é o "diabo".
A Árvore da Vida

In a tree by the brook
There's a songbird who sings
Sometimes all of our thoughts are misgiven

Aqui há mais lugares comuns que são identificados na letra. A árvore em questão é a Yggdrasil, aquela da mitologia nórdica, que é a Árvore da Vida da Kabbalah. O riacho (brook) mencionado é um termo amplamente utilizado no Tarot (Tarô) como forma de designação do fluxo das cartas em uma tirada. O pássaro que canta tem dois sentidos. BA, a alma em passagem, e o símbolo de Toth, o criador do Tarot. Esse símbolo também representa o deus dos ensinamentos (Exú, Loki, Hermes, Mercúrio), que auxilia o andarilho pela sua subida pela Árvore da Vida e também pela Escadaria para o Paraíso.

There's a feeling I get when I look to the west
And my spirit is crying for leaving

Aqui, embora do que muitos acreditam, a letra não se trata a respeito das orações ao demônio serem voltadas para o Oeste. A referência se faz a várias Ordens Iniciáticas, cujas portas são representadas pelo Oeste, os profanos ou o mundo material, que a "dama" não se sente bem ao olhar para elas e quer seguir seu caminho para um lado diferente.

In my thoughts I have seen
Rings of smoke though the tress
And the voices of those who stand looking

Os antigos ancestrais shamânicos, em outras palavras, espíritos antigos, são representados por anéis de fumaça. São eles aqueles que auxiliam, que ajem como professores dentro das Ordens Iniciáticas.

And it's whispered that soon if we all call the tone
Then the Piper will lead us to reason
And a new day will dawn for those who stand long
And the forest will echo with laughters

Capricórnio
Deus Pã
O flautista (piper) é uma alusão ao deus grego Pã. Aleister Crowley escreveu uma poesia para ele que foi traduzida por Fernando Pessoa mais tarde, chamada "Hino a Pã". A poesia trata do caminho da Inteligência Renovadora através da Árvore da Vida, que leva da Razão à Iluminação e é representada pelo signo de Capricórnio, o simbólico Deus Chifrudo das Florestas. As gargalhadas ecoando pela floresta é uma sugestão de que os Mestres dos aprendizes iniciados estão satisfeitos com seus alunos quando eles se juntam a eles no mesmo ponto em que estão.

If there's a bustle in your hedgerow
Don't be alarmed now
It's just a spring clen for the May Queen

Já ouvi muitas bobagens a respeito desse trecho. O mais absurdo deles foi "A 'rainha da primavera' também é uma referência a ritos pagãos de fertilidade. Este trecho se refere aparentemente à primeira menstruação de uma mulher. O termo hedgerow (horta) é uma gíria inglesa antiga para o órgão sexual feminino". As mudanças as quais ao autor se refere são a morte do Inverno e chegada da Primavera, que representa a superação das dificuldades e a caminhada em direção a Verdadeira Vontade.

Yes, there's two paths you can go by
But in the long run
There's still time to change the road you're in

Essa lembrança de dois caminhos diz respeito aos prazeres terrenos, que na cristandade são chamados de "pecados" e na Alquimia são os "defeitos capitais", e a iluminação espiritual. Essa escolha é nossa e nós temos que fazê-la a cada dia de nossa vida e em tudo o que fazemos. Cada pessoa pode, sempre, mudar, a qualquer momento que queira, de caminho, eu só espero que seja do pior para o melhor e não o contrário.

And it makes me wonder

Essa frase é importante. Não é a toa que Robert Plant a repete o tempo todo na música. É o caminho do Espírito Santo na Kabbalah. Ela diz respeito a algo que se aproxima muito do sentimento de uma criança que se maravilha com tudo o que há no mundo pela primeira vez. Na Kabbalah, esse caminho recebe o nome de Aleph, que eu vou falar mais tarde em outro post, espero (alguém aí se lembrou do nome de um dos últimos livros do Paulo Coelho aí?). Essa é a mesma sensação que um ocultista tem quando uma nova maravilha do Universo é descoberta. No hinduísmo, o nome dessa sensação é o Sattva.

Your head is humming and won't go
In case you don't know
The Piper's calling you to join him

Não preciso lembrar que a esta altura da música a "dama" está guiando quem a escuta através da Árvore da Vida até a Iluminação Espiritual. A pessoa que escuta a música está sendo guiado pela melodia.

Dear lady, can you hear the wind blow
And did you know
Your stairway lies on the whispering wind

Aqui há duas analogias com dois símbolos parecidos de duas culturas diferentes. Uma é a Yggdrasil, da mitologia nórdica, onde Odin conheceu sua maior provação e descobriu o mistério da Sabedoria, em cujas raízes fica a Kundalini, um dragão e em cujo topo fica uma águia representando o espírito iluminado. Já sabem por quê os maçons americanos escolheram a águia como símbolo americano dos EUA?

And as we wind on down the road
Our shadows taller than our soul

Nos textos de Crowley, e dentro do ocultismo de um modo geral, as sombras são a representação dos nossos aspectos negativos. As impurezas de nossas almas que precisam ser sanadas para que alcancemos a iluminação.

There walks a lady we all know
Who shines white light and wants to show
How everything still turns to gold

Aqui nós retomamos o início da letra. A analogia é óbvia. Os alquimistas sempre falavam em transformar o chumbo em ouro, o que acabou deixando muita gente nervosa com isso. Claro, porque as pessoas simplesmente são incapazes de entender uma metárfora, porque tem que trazer tudo para o mundo material. No caso, o chumbo era o nosso ego, denso e pesado, e para alcançar a evolução máxima espiritual, precisamos transformá-lo no ouro da essência.

When all is one and one is all
Unity
To be a rock and not to roll

Se eu fosse explicar detalhadamente o trocadilho genial na última frase da música "to be a rock and not to roll", eu precisaria de milhões de hiperlinks aqui para alguém entender alguma coisa, então, vou simplificar (muito). Na Umbanda, o orixá representado é Xangô, senhor das pedras e da certeza das leis imutáveis do Universo. A frase é uma metáfora para aqueles que mantém a mente focada no caminho, sem se deixar levar por qualquer evento ou causalidade que o distraia de seguir sua Verdadeira Vontade o impedindo de alcançar a Iluminação.

And she's buying a Stairway to Heaven

E, para finalizar, a mensagem de esperança reforçada. A dama está sempre ali, criando oportunidades para quem quer que queira se desenvolver espiritualmente.

Agora apague a luz e entre no clima com esse vídeo traduzido que eu encontrei no YouTube.