Manifesto Futurista

Já faz algum tempo que eu queria colocar isso aqui. O post estava nos rascunhos há tempos, mas com tantas coisas acontecendo ao mesmo tempo, o esquecimento, a preguiça e a falta de tempo vão afastando essas pequenas coisas de se concretizarem.

Esse é o Manifesto Futurista. A primeira vez que fiquei sabendo dele foi através de um amigo que faz Artes Plásticas aqui na UEMG. Foi escrito pelo italiano Filippo Tommaso Marinetti em 1909 e publicado pela primeira vez no jornal  Le Figaro no mesmo ano. O início do movimento da arte moderna foi marcado por esse manifesto, que foi escrito e publicado há tanto tempo e ainda assim identifica tanto o mundo como ele é, e nós, que nele vivemos.
  1. "Nós queremos cantar o amor ao perigo, o hábito da energia e da temeridade.
  2. A coragem, a audácia, a rebelião serão elementos essenciais da nossa poesia.
  3. A literatura exaltou até hoje a imobilidade pensativa, o êxtase, o sono. Nós queremos exaltar o movimento agressivo, a insônia febril, o passo de corrida, o salto mortal, o bofetão e o soco.
  4. Nós afirmamos que a magnificência do mundo enriqueceu-se de uma beleza nova: a beleza da velocidade. Um automóvel de corrida enfeitado com seu cofre enfeitado com tubos grossos, semelhantes a serpentes de hálito explosivo... um automóvel rugidor, que correr sobre a metralha é mais bonito que a Vitória de Samotrácia.
  5. Nós queremos entoar hinos ao homem que segura o volante, cuja haste ideal atravessa a Terra, lançada também numa corrida sobre o circuito da sua órbita.
  6. É preciso que o poeta prodigalize com ardor, fausto e munificiência, para aumentar o entusiástico fervor dos elementos primordiais.
  7. Não há mais beleza, a não ser na luta. Nenhuma obra que tenha caráter agressivo pode ser uma obra-prima. A poesia deve ser concebida como um violento assalto contra as forças desconhecidas, para obrigá-las a prostrar-se diante do homem.
  8. Nós estamos no promontório extremo dos séculos. Por que haveríamos de olhar para trás, se queremos arrombar as misteriosas portas do Impossível? O Tempo e o Espaço morreram ontem. Nós já estamos vivendo no absoluto, pois já criamos a eterna velocidade onipresente.
  9. Nós queremos glorificar a guerra - única higiene do mundo - o militarismo, o patriotismo, o gesto destruidor dos libertários, as belas ideias pelas quaise se morre e o desprezo pela mulher.
  10. Nós queremos destruir os museus, as bibliotecas, as academias de todas as naturezas, e combater o moralismo, o feminismo e toda vileza oportunista e utilitária.
  11. Cantaremos as grandes multidões agitadas pelo trabalho, pelo prazer ou pela sublevação; cantaremos as marés multicores e polifônicas das revoluções nas capitais modernas; cantaremos o vibrante fervor noturno dos arsenais e dos estaleiros incendiados por violentas luas elétricas; as estações esganadas, devoradoras de serpentes que fumam; as oficinas penduradas às nuvens pelos fios contorcidos de suas fumaças; as pontes, semelhantes a ginastas gigantes que cavalgam os rios, faiscantes ao sol com um luzir de facas; os piróscafos aventurosos que farejam o horizonte, as locomotivas de largo peito, que pateiam sobre os trilhos, como enormes cavalos de aço enleados de carros; e o voo rasante dos aviões, cuja hélice freme ao vento, como uma bandeira, e parece aplaudir como uma multidão entusiasta".

Got couch? Couchsurfing e mudanças de vida

Pouco antes de me mudar para Belo Horizonte um grande amigo meu me falou de um modo diferente de viajar. Eu não precisaria ficar trancado em um hotel e passar o dia todo pegando táxis para visitar praças e museus ou outras coisas chatas que existem em guias de viagem, eu poderia sair com os moradores daquela cidade e até mesmo ficar nas suas casas, eu achei arriscado e sensacional ao mesmo tempo.

Enfim, eu fiz minha viagem e me hospedei em um hotel na região central da cidade. Por volta das 19 horas eu estava zapeando na TV, não me lembro o desenho que eu estava assistindo, eu só lembro que tinha acabado. Entediado, juntei coragem, puxei o telefone e liguei para o número que havia anotado três dias antes em um pequeno caderno do DragonBall. Liguei para um dos meus melhores amigos atualmente.

Ele não estava na cidade, estava no interior visitando a mãe, mas me passou o número de um cara que me passou o número de outro cara que havia se mudado para Belo Horizonte também. Esse ultimo cara estava organizando uma festa na sua casa. O dono da festa também veio a ser outro grande amigo. Peguei um taxi e fui ao endereço que me indicaram pensando como seria acordar sem os rins.

Ainda meio tímido, eu fui ao apartamento no 10° andar, apartamento que viria a ser como uma segunda casa para os momentos de solidão dos meus primeiros meses na cidade. Ensaiei um pouco antes de tocar a campainha e fui nessa, Olá, você é do CS? Entra ai, meu! (Sim, ele é de São Paulo). Eu fui recebido numa das festinhas em casa mais divertidas que já estive.

Depois continuo contando mais sobre minhas experiências dentro do Couchsurfing, é que que guest da Alemanha está chegando logo.








Fica a foto desse dia.
www.couchsurfing.org

Sobre os Estudos | Jod e Michele

Nas últimas semanas estivemos ocupados com trabalhos em excesso que os professores tem nos encarregado de fazer (não se deixem enganar pelo último post gigante), e por isso quase não tem havido atualizações aqui. On the other hand, esse post também tem espaço para divulgação de tudo aquilo que nós fazemos em sala de aula e também como forma de acompanharmos nosso próprio desenvolvimento acadêmico. Então tive a ideia de não só divulgar os trabalhos aqui como também cobrir as apresentações durante as aulas. Como estudante de Fotografia e monitor do Laboratório de Fotografia da PUC, eu quase me senti na obrigação de fotografar os grupos.

Claro que nem todos se deixam ser fotografados, ainda existe o seleto grupo de pessoas que ameaçam todos aqueles que apontam uma câmera para elas. Enfim. Com esse primeiro post eu publico aqui as fotos da primeira apresentação, feita pelo colaboraborador deste blog, Jod, e da nossa colega de sala, Michele.

O ideal seria que todos os nossos colegas participassem do blog, mas muitos não podem. Então, eu tomo notas das apresentações para poder colocar aqui tudo o que é explicado durante as apresentações, mas felizmente eles entregaram uma folha com toda a apresentação resumida. Achei melhor colocá-la aqui, porque assim fica a interpretação deles, e não a minha.

obs.: as opiniões expressas abaixo não representam as opiniões pessoas dos integrantes do grupo ou de qualquer membro desse blog. Esse é apenas um exercício feito em sala de aula.

A dupla Jod e Michele analisou três capítulos do livro Magia e Capitalismo: Um Estudo Antropológico da Publicidade, de Everardo Pereira Guimarães Rocha.

O Estranho Mundo dos Anúncios
O roteiro de uma viagem no mesmo lugar

Nesse capítulo o autor faz uma introdução do que irá abordar no decorrer do seu livro. De início afirma que o estudo propõe uma interpretação da publicidade. Segundo o autor, no mundo dos anúncios os produtos são sentimentos e a morte não existe. Onde o cotidiano se forma em pequenos quadros de felicidade e não se habita a dor, a miséria, a angústia e a questão.
Michele

O autor se mostra bem crítico e com um olhar particular que a publicidade é o mundo da mágica.

"Lá, no mundo do anúncio, a criança é sempre sorriso, a mulher desejo, o homem plenitude, a velhice beatificação. Sempre mesa farta a sagrada família, a sedução. Mundo nem enganoso nem verdadeiro, simplesmente porque seu registro é o da mágica" - Pág.: 25

Uma Tribo de White Collars
Aspectos etnográficos do Grupo de Publicitários

O objetivo desse capítulo é entender, conhecer e discutir o grupo de pessoas que produzem as chamadas "mensagens publicitárias".

O autor apersenta os publicitários como pertencentes do grupo do "magazine", juntamente com os ambulantes, representantes de vendas, balconistas, pesquisadores. Os publicitários parecem ter consciencia dessa posição, pois procuram marcar cuidadosamente os limites de sua identidade profissional. Buscam tanto ditinguir-se dos demais tipos de vendedores quanto controlar o acesso a sua identidade profissional. Essa distinção situa especificamente os publicitários do Rio de Janeiro enquanto grupo no universo dos white collars (colarinho branco).

Jod e Michele


Publicidade e Razão Prática
Uma discussão de produção e consumo

Esse capítulo discute essencialmente o domínio de produção que evidencia a ausência do humano, ao passo que o consumo é onde a presença do homem é constante, e esses dois domínios, produção e consumo, são fundamentais no circuito econômico e se encontram em um espaço que é ocupado pela publicidade. Se, por um lado, no domínio da produção, a dimensão do humano pode ser afastada das consciências particulares, por outro, o objeto só vai se completar enquanto produto no domínio do consumo.

Fotos por Daniel Valério

Referências Religiosas em Stairway to Heaven

Todos conhecem a canção "Stairway to Heaven", da banda inglesa Led Zeppelin. Lançada em 1971 pelo álbum "Led Zeppelin IV", foi composta pelo guitarrista Jimi Page e pelo vocalista Robert Plant. Mas pouca gente, apesar dos esforços, conseguiu entender realmente o significa todo o simbolismo por trás dela. Há quem diga que nela há apologia a adoração ao demônio, paganismo, menstruação de mulheres e o muitas outras bobagens, como pensar que Robert Plant e Jimi Page estavam falando de maconha e ficar doidão. Claro que não é nada disso. A mensagem por trás dela é de esperança, nada mais.

Mas para entendermos exatamente a letra, precisamos entender o contexto no qual a música foi escrita. A música foi composta durante os anos de 1970-71, período no qual Jimi Page trabalhou numa livraria especializada em livros sobre ocultismo (depois vou falar detalhadamente o que é o ocultismo aqui), vendendo muitas obras de Aleister Crowley, um importante magista e ocultista. Sabendo disso, agora podemos seguir.

A música trata de todo o processo de evolução espiritual, que é representada pela subida na escadaria alegórica para o Paraíso: a Starway.

There's a lady who's sure
All that glitter is gold
And she's buying a stairway to heaven

A "dama", no caso, não é nenhuma mulher com problemas pessoais ou necessidade de ajuda, mas sim a Qualidade Universal do Espírito, que muitas vezes é representada em contos pela princesa aprisionada na torre. Ela é a nossa vontade primordial, que nos leva ao auto conhecimento e ao início da escada de Jacob, que é o Caminho das Estrelas para o Paraíso (Starway to Heaven). Esse trocadilho foi utilizado em outros contextos para expressar as mesmas ideias, como o personagem principal da antiga trilogia do Star Wars, Luke Skywalker. Há vários lugares comuns entre as mitologias quando o assunto é Yesod. A "dama" na mitologia nórdica é Frigga. Na mitologia egípcia ela é Ísis. Na cristã, é Maria. Diana. Afrodite. Iemanjá. E muitas outras. Enfim, ela é um aspecto da criação e está presente em cada um de nós. A frase seguinte "tudo o que reluz é ouro" vai contra o dito popular "nem tudo o que reluz é ouro". Aqui, o contexto remete ao otimismo e à esperança que a nossa "dama" possui para enxergar que tudo tem seu brilho, beleza e que mesmo a menor faísca de luz divina possui um grande potencial para crescimento dentro de cada um de nós. Podemos compreender, então, que essa é uma maneira de subir degrau por degrau da escadaria para o Paraíso. A escada simbólica, a Escada de Jacob, contém um mapa da consciência do ser humano, que parte do mais profano até o mais divino, que nós devemos trabalhar até alcançarmos a realização espiritual, que é o que toda religião propõe. O hinduísmo chama de Nirvana, o cristianismo Reino dos Céus. É aqui que todas as teorias e argumentos dos ateus e crentes caem por terra. Por trazerem os deuses para o mundo real, ou seja, o mundo físico, eles ficam brigando a respeito de toda a veracidade das imagens que servem apenas para representação de um aprimoramento interior.

When she gets there she knows
If the stores are all closed
With a word she can get what she came for

Aqui, apesar de ainda estar no contexto, é colocada em pauta o "verbo", a palavra "mágica" que pode dar criação a o que quer que o magista queira. A explicação é bem mais complexa, mas como eu não expliquei nada ainda sobre as abordagens de Aleister Crowley sobre a Thelema, ou seja, a Vontade, vou simplificar numa linguagem bastante leiga. Essa parte da letra está querendo dizer que a "dama", ao trilhar o seu caminho em direção à Iluminação, tem certeza daquilo que procura. Em outras palavras, ela conhece a sua Verdadeira Vontade.

There's a sign on the wall
But shw wants to be sure
'Cause, you know, sometimes words have two meanings

Aqui, a ideia passada é que todos os símbolos possuem mais de um significado, o que implica que a pessoa ao buscar o auto conhecimento precisa ser cautelosa. Todas as Ordens Iniciáticas (Maçonaria, Rosacruz, Demolay) trabalham com símbolos (deuses, signos, parábolas e alegorias) e é por isso, Jodilson, que os indianos chamam esses caminhos falsos de Maya, que representa a Ilusão. Dessa forma, todas as religiões alertam para os iniciados sobre esses desvios que podem levá-los para fora da escadaria. Na mitologia cristã, isso é o "diabo".
A Árvore da Vida

In a tree by the brook
There's a songbird who sings
Sometimes all of our thoughts are misgiven

Aqui há mais lugares comuns que são identificados na letra. A árvore em questão é a Yggdrasil, aquela da mitologia nórdica, que é a Árvore da Vida da Kabbalah. O riacho (brook) mencionado é um termo amplamente utilizado no Tarot (Tarô) como forma de designação do fluxo das cartas em uma tirada. O pássaro que canta tem dois sentidos. BA, a alma em passagem, e o símbolo de Toth, o criador do Tarot. Esse símbolo também representa o deus dos ensinamentos (Exú, Loki, Hermes, Mercúrio), que auxilia o andarilho pela sua subida pela Árvore da Vida e também pela Escadaria para o Paraíso.

There's a feeling I get when I look to the west
And my spirit is crying for leaving

Aqui, embora do que muitos acreditam, a letra não se trata a respeito das orações ao demônio serem voltadas para o Oeste. A referência se faz a várias Ordens Iniciáticas, cujas portas são representadas pelo Oeste, os profanos ou o mundo material, que a "dama" não se sente bem ao olhar para elas e quer seguir seu caminho para um lado diferente.

In my thoughts I have seen
Rings of smoke though the tress
And the voices of those who stand looking

Os antigos ancestrais shamânicos, em outras palavras, espíritos antigos, são representados por anéis de fumaça. São eles aqueles que auxiliam, que ajem como professores dentro das Ordens Iniciáticas.

And it's whispered that soon if we all call the tone
Then the Piper will lead us to reason
And a new day will dawn for those who stand long
And the forest will echo with laughters

Capricórnio
Deus Pã
O flautista (piper) é uma alusão ao deus grego Pã. Aleister Crowley escreveu uma poesia para ele que foi traduzida por Fernando Pessoa mais tarde, chamada "Hino a Pã". A poesia trata do caminho da Inteligência Renovadora através da Árvore da Vida, que leva da Razão à Iluminação e é representada pelo signo de Capricórnio, o simbólico Deus Chifrudo das Florestas. As gargalhadas ecoando pela floresta é uma sugestão de que os Mestres dos aprendizes iniciados estão satisfeitos com seus alunos quando eles se juntam a eles no mesmo ponto em que estão.

If there's a bustle in your hedgerow
Don't be alarmed now
It's just a spring clen for the May Queen

Já ouvi muitas bobagens a respeito desse trecho. O mais absurdo deles foi "A 'rainha da primavera' também é uma referência a ritos pagãos de fertilidade. Este trecho se refere aparentemente à primeira menstruação de uma mulher. O termo hedgerow (horta) é uma gíria inglesa antiga para o órgão sexual feminino". As mudanças as quais ao autor se refere são a morte do Inverno e chegada da Primavera, que representa a superação das dificuldades e a caminhada em direção a Verdadeira Vontade.

Yes, there's two paths you can go by
But in the long run
There's still time to change the road you're in

Essa lembrança de dois caminhos diz respeito aos prazeres terrenos, que na cristandade são chamados de "pecados" e na Alquimia são os "defeitos capitais", e a iluminação espiritual. Essa escolha é nossa e nós temos que fazê-la a cada dia de nossa vida e em tudo o que fazemos. Cada pessoa pode, sempre, mudar, a qualquer momento que queira, de caminho, eu só espero que seja do pior para o melhor e não o contrário.

And it makes me wonder

Essa frase é importante. Não é a toa que Robert Plant a repete o tempo todo na música. É o caminho do Espírito Santo na Kabbalah. Ela diz respeito a algo que se aproxima muito do sentimento de uma criança que se maravilha com tudo o que há no mundo pela primeira vez. Na Kabbalah, esse caminho recebe o nome de Aleph, que eu vou falar mais tarde em outro post, espero (alguém aí se lembrou do nome de um dos últimos livros do Paulo Coelho aí?). Essa é a mesma sensação que um ocultista tem quando uma nova maravilha do Universo é descoberta. No hinduísmo, o nome dessa sensação é o Sattva.

Your head is humming and won't go
In case you don't know
The Piper's calling you to join him

Não preciso lembrar que a esta altura da música a "dama" está guiando quem a escuta através da Árvore da Vida até a Iluminação Espiritual. A pessoa que escuta a música está sendo guiado pela melodia.

Dear lady, can you hear the wind blow
And did you know
Your stairway lies on the whispering wind

Aqui há duas analogias com dois símbolos parecidos de duas culturas diferentes. Uma é a Yggdrasil, da mitologia nórdica, onde Odin conheceu sua maior provação e descobriu o mistério da Sabedoria, em cujas raízes fica a Kundalini, um dragão e em cujo topo fica uma águia representando o espírito iluminado. Já sabem por quê os maçons americanos escolheram a águia como símbolo americano dos EUA?

And as we wind on down the road
Our shadows taller than our soul

Nos textos de Crowley, e dentro do ocultismo de um modo geral, as sombras são a representação dos nossos aspectos negativos. As impurezas de nossas almas que precisam ser sanadas para que alcancemos a iluminação.

There walks a lady we all know
Who shines white light and wants to show
How everything still turns to gold

Aqui nós retomamos o início da letra. A analogia é óbvia. Os alquimistas sempre falavam em transformar o chumbo em ouro, o que acabou deixando muita gente nervosa com isso. Claro, porque as pessoas simplesmente são incapazes de entender uma metárfora, porque tem que trazer tudo para o mundo material. No caso, o chumbo era o nosso ego, denso e pesado, e para alcançar a evolução máxima espiritual, precisamos transformá-lo no ouro da essência.

When all is one and one is all
Unity
To be a rock and not to roll

Se eu fosse explicar detalhadamente o trocadilho genial na última frase da música "to be a rock and not to roll", eu precisaria de milhões de hiperlinks aqui para alguém entender alguma coisa, então, vou simplificar (muito). Na Umbanda, o orixá representado é Xangô, senhor das pedras e da certeza das leis imutáveis do Universo. A frase é uma metáfora para aqueles que mantém a mente focada no caminho, sem se deixar levar por qualquer evento ou causalidade que o distraia de seguir sua Verdadeira Vontade o impedindo de alcançar a Iluminação.

And she's buying a Stairway to Heaven

E, para finalizar, a mensagem de esperança reforçada. A dama está sempre ali, criando oportunidades para quem quer que queira se desenvolver espiritualmente.

Agora apague a luz e entre no clima com esse vídeo traduzido que eu encontrei no YouTube.

O Mar de Nuvens

O bom do vimeo é isso. Pode-se encontrar bons vídeos lá, e todos postados pelos próprios donos. 

Essa é uma coleção de cenas que Simon Christen, um artista, fez ao longo de um ano próximo à Baía de São Francisco, nos Estados Unidos. Agora, apague a luz, deixa o vídeo carregar e entre no clima com essa belíssima compilação de excelentes vídeos.

Sonho ou Realidade?

Eu estava andando sem nada em mente quando deparei com uma construção um tanto incomum a minha frente. Foi então que percebi que não era somente aquele edifício que era estranho, mas também todo o local onde eu estava.

Estava caminhando tão dispersa que me perdi. Estava em uma área plana sem asfalto e muita poeira. O céu tinha um tom cinza, triste. Olhava para o horizonte e não enxergava o fim. Nada. Ninguém. Então voltei minha atenção para a bizarra construção.

A porta era bem pequena, as janelas só existiam nos últimos andares que deviam ser por volta de uns treze. A base era circular e conforme subia ia se transformando em retangular, triangular e se encurvando para a esquerda, como se quisesse se apoiar no chão. Era como se a contrução tivesse vida própria e que a qualquer instante, ela, que parecia já ter sido majestosa, poderia desabar.

Resolvi entrar.

Pensei que a pessoa que morava ali não devia receber muitas visitas, pois a porta pequenina estava presa ao chão irregular tornando a entrada um tanto difícil. Mas como minha curiosidade era grande, forcei bastante a porta que, com um gemido de entrega, se abriu. Entrei. Não pude enxergar muito à minha frente, então olhei para o alto, porque a luminosidade vinha de lá. As janelas que tinha visto do lado de fora traziam a luz. Uma escada, que não tinha nenhuma proteção, ia subindo contornando as paredes e deixando um vácuo no meio. Depois que me acostumei com o breu, pude ver que o chão era feito com pedras meticulosamente encaixadas entre si. Pedras que brilhavam levemente.

Já que a luz faz o chão brilhar vou fazer mais janelas por aqui. Pensei.

Comecei a quebrar o primeiro andar e, quando vi, tinha construído novas janelas por todos os andares. Tinha limpado a escada, construído um corrimão bastante seguro, matado todos os ratos e insetos. Todo o interior estava novinho em folha.

Lá em cima olhei o horizonte pela janela. Ainda sem nada. Deserto. E quando voltei ao primeiro andar, o chão brilhava como nunca. Ao sair do edifico, levei um susto tão grande que quase cai no chão. A construção tinha se modificado por fora, a estranha estrutura já não estava mais torta e nem parecia mais estranha. Parecia hipnotizante. Ela surgia imponente no meio do nada. Estava majestosa novamente. Então eu me lembrei o que fazia ali.

Aquele era o meu reino.

Eu lembrei por que me perdi naquele deserto. Eu não queria cuidar do meu reino. Mas enfim, eu acordei e então pude ver outros reinos ao meu redor. Alguns muito intrigantes e belos e outros bastante deploráveis com homens perdidos ao seu lado, sem enxergar nada. O dono de um reino maravilhoso me deu várias sementes de árvores e flores e me pediu para que quando minhas plantas florescessem eu fizesse o mesmo, distribuísse o que é bom para os homens que iniciaram sua jornada de melhoria em seu próprio reino.

Mais de mil, mi-mi, mi-mil...

E, olha-vejam-só, eis que ultrapassamos as 1000 visitas em pouco mais de um mês de projeto no ar. Confesso que não imaginava que chegássemos tão cedo a esta marca, mesmo sabendo que, pelo que percebi, boa parte das visitas é dos próprios autores dos textos. Que as visitam sejam a marca de um início bem sucedido de um projeto de um punhado de pessoas empolgadas.

A minha intenção era postar esta mensagem com 1000 visitas exatas; no entanto, houve um
boom de acessos agora na hora de almoço e a marca passou voando. Não faz mal. Creio que a análise serve do mesmo jeito.

Para outra supresa minha, temos, segundo o Blogger, a seguinte divisão dos visitantes do Orquídeas em relação aos navegadores utilizados:


Internet Explorer - 380 visitas ou 37%
Firefox - 335 visitas ou 32%
Chrome - 241 visitas ou 23%
Safari - 24 visitas ou 2%



A surpresa foi constatar que, de fato, o Internet Explorer tem perdido sua supremacia absoluta no mundo dos navegadores. Estatísticas da StatCounter, publicadas em matérias de 5 de outubro, já davam conta de que o domínio tinha caído para abaixo de 50% pela primeira vez (veja em
http://www.folha.com.br/te810087).

"E isso é bom?", poderiam me perguntar. Na minha opinião, sim. Se não somente pelo fato de o Firefox e o Chrome serem navegadores mais estáveis, em geral mais rápidos e seguros, que seja pelo fato de que quanto mais concorrência, maior a chance e termos inovações e versões futuras mais atraentes de quaisquer navegadores.

Eu arriscaria ainda dizer que, mais do que isso, a estatística aponta para uma mudança de mentalidade dos usuários médios, que perderam o medo de experimentar e usar um navegador diferente do Explorer.


Em termos de sistemas operacionais, o massacre ainda é grande:

Windows - 986 visitas ou 97%

Macintosh - 24 ou 2%
Linux e Nokia - 1 ou 1%


Não por coincidência, o número de visitas a partir da plataforma Mac é o mesmo do navegador Safari. Avisem aí ao Steve Jobs que não é todo mundo que considera do Safari o melhor navegador do mundo :) E, olhem, que legal: tem alguém acessando do celular. Querem apostar que é o Jodílson?
Por enquanto, era isso.

Que as próximas mil, e as outras mil, e um dia um milhão, cheguem em progressão geométrica.

Justin Bieber e Malcolm McLaren

Esta postagem nasceu de uma conversa que tive com um amigo sobre música.

Outro dia eu estava assistindo a um clipe de Justin Bieber na televisão. O clipe é aquele promocional do novo filme da franquia Karatê Kid, no qual ele aparece cantando ao lado de Jaden Smith num estúdio. As cenas da gravação da música foram mescladas a trechos do filme, estrelado por Jackie Chan, mas o que interessa não é a música, e sim as imagens, por hora.

Ora, pode parecer implicância da minha parte, mas o que eu vi não foi nada diferente de Backstreet Boys e New Kids on the Block, só que em versão pré adolescente. Ora, ele inventou modinha, sim, usando aquela chapinha emo-chapéu-côco, mas o casaco de couro, a calça coladinha e as mãos nos bolsos não deixam sombra de dúvida: é uma nova versão de Backstreet Boys misturado a New Kids on the Block disfarçado de novo com aquele cabelo estranho. O sucesso estrondoso é inegável, sim. Justin Bieber é uma máquina de fazer dinheiro (por hora), mas não passa de um rótulo novo para o produto antigo.

Depois de ver o clipe, fiquei me indagando com um amigo. Ora, nos dias atuais estética e música andam lado a lado. Houve um tempo em que a música era mais importante do que a estética, mas isso mudou e hoje o que define se uma banda faz sucesso, lança modinha ou não, é a estética. A moda lançada pela banda fica por mais tempo no corpo das pessoas do que os hits e os singles nas paradas de sucesso.

Quem foi o responsável por tornar a estética mais importante do que do que a música foi o punk, ora mais. Portanto, a culpa total por a música ter sido deixada de lado em prol da estética é do punk. Sim! Mas a esta altura você deve estar se perguntando quem é esse tal de Malcolm McLaren e o que ele está fazendo no título da postagem. Pois vamos lá. Vamos por partes.

O último movimento puramente musical foi o rock progressivo, com composições longas e melodias complexas que se aproximavam muito da música erudita. Por vezes, as músicas chegavam a vinte minutos de duração, como exemplos têm-se Echoes (23 minutos), Shine on You Crazy Diamond (28 minutos), Atom Heart Mother (28 minutos), todas do Pink Floyd. Há também Thick as a Brick (43 minutos) do Jethro Tull. Supper's Ready (23 minutos), do Genesis, The Gates of Delirium (28 minutos) do Yes. E há um recorde por Mike Oldfield (o compositor da trilha sonora do filme "O Exorcista"), que chegou a uma hora e dois minutos de música sem cortes. Amarok era a única música no álbum e dava nome a ele.

Sobretudo, o movimento do rock progressivo ficou "musical demais", e aconteceu um contra movimento de duas partes. A primeira era do punk ia contra tudo o que o rock progressivo dizia. Em outras palavras, em vez elfos e magia, tinha-se então lixo, sujeira e cabelo colorido e espetado, e ter atitude era mais importante do que saber tocar um instrumento. É aí que Malcolm McLaren entra na história. Ele foi, de longe, o maior responsável pela propagação do punk rock no Reino Unido, onde o progressivo havia nascido. McLaren vira empresário da banda New York Dolls depois de vê-los entrarem na Let it Rock, uma loja de roupas para a nova geração de teddy boys - os filhos das gangues originais de 53. O visual da banda (uma mistura de glitter e sadomasoquismo) foi o que conquistou McLaren. Em 75, McLaren deixa os Dolls depois de perceber que o que estava valendo no cenário musical era a atitude e não a música.

Naquele mesmo ano, depois de voltar para a sua loja, McLaren cria o epicentro do terremoto que abalaria de vez os alicerces do progressivo. Ele havia criado um fenômeno chamado Sex Pistols. A partir daí, o movimento só fez se alastrar.

A segunda parte do contra movimento estava acontecendo no soul americano. Nascido de uma mistura do blues e do gospel, o soul crescia nas paradas de sucesso com a ajuda do apelo religioso trazido do gospel. Foi nessa época que nomes como Ray Charles, Ben E. King, Jackie Wilson e Sam Cookie ganharam importância. Contudo, o soul atingiu um nível de técnica, virtuosismo e qualidade sonora que passou a ter graça apenas para quem tocava. O soul havia cometido o mesmo erro do rock progressivo, e daí nasceu o movimento Disco, que foi o tiro no pé da música negra.

Da mesma forma que o punk perverteu a ideia inicial do progressivo no rock, o Disco destruiu a ideia inicial do soul power, poder para o povo negro e colocou tudo isso num formato comercial que vendia bastante. A estética, que já era valorizada desde os tempos do punk de Malcolm McLaren, ganhou ainda mais importância do que a música e a filosofia em si. Esse foi o começo do fim da criatividade na música para todos os lados, tanto no rock quanto no soul.

Nos anos 80, mais duas revoluções aconteceram no rock e no soul. O hip hop surgiu como reforma musical e filosófica, tranzendo de volta a ativa a luta e a cultura do povo negro. No rock, o grunge surgiu e reestruturou os três acordes usados nas melodias punks. Mas o mainstream estava lá o tempo todo.

O mainstream se ergueu novamente, pegou tudo que estava acontecendo na música, em todos os lados, e comercializou tudo. Hoje, o que manda no mundo é a estética, e a música ficou como um segundo plano, apenas uma desculpa para se lançar uma modinha e fazer fama.

É triste, mas compreensível. Ora, numa sociedade regida muito mais pelo olho do que pelos ouvidos, tudo isso não passa de consequências sociológicas e tecnológicas. Haja visto que nas décadas de 50, 60 e 70, apesar do advento da televisão, o rádio ainda era muito forte e, portanto, a sociedade era mais estimulada pela audição do que pela visão. Então, nas décadas de 80, 90 e 2000, com a televisão e os computadores de mão, o visual se torna muito mais importante do que a música.

Tudo isso, na realidade, não passa de pura necessidade de época.

O Simbolismo Astrológico

Com esse post, eu vou começar uma seção um tanto quanto polêmica no que diz respeito a certas coisas que são vistas por todos, mas que não ganham nenhum crédito devido por causa de certas pessoas que estão aí decidindo o que nos contar e o que não contar. Quisera eu contar tudo em um post só, mas isso iria ficar grande demais e o post acabaria sendo deixado de lado no meio da leitura ou simplesmente nem lido seria, dado o tamanho. Dessa forma, eu vou dividir o post em partes para ficar mais fácil de explicar e entender de forma mais completa e aprofundada o simbolismo da Astrologia.

Ora, a Astrologia é uma ciência séria, com estudos aprofundados que vão muito além daquilo que é mostrado nos jornais e nas revistas de fofoca que muita gente adora comprar. Isso acontece porque quem publica as seções astrológicas nas revistas e jornais não está preocupado em fazer um detalhamento do mapa astral das pessoa, isso demanda tempo, dinheiro e é individual. Não. Os veículos de imprensa que publicam "o que o seu signo reserva para você nesta semana" estão preocupados em atrair sua atenção. E só.

Uma das minhas professoras da faculdade, que já trabalhou em jornais, contou como era o processo de produção da parte "astrológica". Havia uma "astróloga" que era paga pela produção do jornal para preparar os textos a respeito das doze casas astrológicas. Até aí tudo bem. O problema era quando a mulher atrasava com os textos e os editores tinham que improvisar para entregar tudo até o prazo estipulado. Então, acontecia o óbvio. Os jornalistas pegavam os textos já utilizados e os sorteavam para serem usados novamente em outro signo, e o que saísse era isso mesmo. Isso só contribui para uma coisa. Depravação da ciência, que é séria, e da profissão, que consta no catálogo brasileiro de ocupações.

O que eu vou tentar fazer aqui é mudar a visão de quem tem acesso a esse blog sobre a Astrologia. É somente depois de estudar a Astrologia Hermética que você percebe como essa ciência é justa e perfeita, ao contrário dessas revistas charlatãs vendidas por 1,99 em todo lugar do país, feito pé de mamona em terreno baldio.

Enfim, o que é a Astrologia? Vinda do grego (astron [astro, estrela, corpo celeste] e logia [estudo]), a palavra designa um grupo de sistemas e tradições que estuda as posições relativas dos planetas e corpos celestes com aspectos da personalidade, relações humanas, bem como as energias envolvidas e utilizadas. Dessa forma, o que chamamos de signo nada mais é do que a posição do Sol no momento exato do nascimento de cada pessoa. Contudo, apenas a posição do Sol não é suficiente para definir quem a pessoa é, bem como as energias envolvidas que definem qual o tipo de personalidade ela possui. É preciso observar, também, a posição em que os planetas estavam no momento do nascimento da pessoa (Lua, Mercúrio, Vênus, Marte, Saturno, Júpiter, Urano, Netuno e Plutão). Para isso se tornar possível, é preciso levarmos em conta que cada astro segue órbitas perfeitas e ciclos matematicamente ordenados, caso contrário não seria possível prever com exatidão onde cada planeta estaria em qualquer hora e/ou qualquer data.

A ferramenta principal da Astrologia é o Mapa Astral. Este mapa é um diagrama em duas dimensões que representa a posição dos corpos celestes vistos de uma determinada posição, que pode ser do centro da Terra ou de sua superfície e até mesmo o Sol. Para se interpretar o mapa é preciso levar três coisas em consideração:
  1. posição dos planetas em relação ao Sol
  2. posição absoluta e relativa destes corpos dentro das Casas Astrológicas (os signos do zodíaco, Áries, Touro, Peixes...)
  3. relação trigonométrica dos corpos entre si
Vale lembrar, a esta altura, que até o final da Era Moderna (nós estamos na contemporânea, para quem não sabe), Astrologia não tinha praticamente nenhuma distinção de Astronomia. Foi só depois do século XVIII que a Astronomia se definiu como uma disciplina científica, cujo objeto de estudo era o Universo e nada mais.

Antes de tudo, Astrologia é baseada em GEOMETRIA. Apenas a geometria da projeção dos planetas no céu. É isso o que importa.

Mapa Astral de Aleister Crowley
A Astrologia Hermética recorre à interpretação do Mapa Astral da pessoa em questão, e na associação dos significados astrológicos ao contexto da situação. Eu nem preciso dizer que os planetas NÃO exercem qualquer tipo de influência sobre os fatos que ocorrem em nosso planeta. Se exercessem, então seria possível prever o futuro. Logo, a Astrologia não serve para qualquer tipo de previsão do futuro. Isso não existe. Ninguém é capaz de prever o futuro. Logo, Astrologia não tem NADA a ver com constelações. Elas não passam de meros pontos de referência que os astrólogos da antiguidade usaram para marcar os graus dentro do firmamento (céu), relacionando-os com eventos e/ou aspectos que aconteciam ao redor deles. Tanto que cada tipo de astrologia utiliza referências simbólicas para expressar a mesma coisa. Na China, usam-se os animais. No Egito usam-se os próprios deuses egípcios. No ocidente relações com a agricultura. Os Astecas/Incas diversos deuses e por aí vai. O que importa é a geometria da posição dos planetas. O resto é simbolismo.

Tudo o que a Astrologia faz é servir como indicador para medição de nossa personalidade ou de qualquer outra entidade. Serve para termos ideia de quais energias estão envolvidas na encarnação de cada um. O princípio básico que serve de alicerce para tudo isso chama-se sincronicidade.

Isto quer dizer que as mesmas energias responsáveis pelos mecanismos de gravitação dos astros celestes e emanações solares fazem com que a todo momento, a Terra seja bombardeada por uma determinada gama de energia, que, por sua vez, é representada pelos arquétipos dos signos. Como o Sistema Solar funciona em perfeita harmonia, os planetas podem ser utilizados como indicadores de que tipo de energia está presente num dado momento. Um importante astrólogo via no universo uma relação entre os mundos celestial (plano espiritual) e material (mundo em que vivemos), sendo que o que acontecia no mundo celestial, chegava ao mundo material por intermédio dos planetas. E a relação entre os planetas e os seres humanos não se dá por mera causalidade, mas sim por analogia e sincronicidade. Alguns astrólogos de cunho científico buscam a resposta nos ciclos e ritmos biológicos. O astrólogo inglês, John Addey, buscou a explicação em levantamentos e estatísticas para comprovar esses conceitos astrológicos, como o de quase mil pessoas com 90 anos e a relação Sol-Saturno. 

O problema da ciência em adequar a Astrologia ao método científico está no fato de o Mapa Astral não impedir a pessoa de ter seu livre arbítrio, ou seja, mostrar ao indivíduo sua Verdadeira Vontade. Contudo, nada garante que aquela pessoa estará trilhando o caminho que escolheu ou de estar utilizando as energias que o envolvem de maneira altruísta.

Felizmente, está acontecendo um renascimento da astrologia clássica, com grande número de obras importantes sendo retratuzidas para o inglês. Esse esforço está visando acabar com o charlatanismo crescente e com os "esquisitotéricos" que se dizem astrólogos que redundam a ciência em conceitos simplistas, como acreditar que planetas influenciam a vida das pessoas.

Entendendo Creative Commons



Antes de começar a falar sobre Creative Commons eu gostaria de falar um pouco sobre o nosso tão conhecido Copyright.

Copyright é um sistema de proteção de direitos do autor, é a não autorização da reprodução ou cópia ou comercialização de determinado material sem a permissão do detentor de seus direitos.

Para sinalizar a proteção de determinado material foi criado o simbolo ©. Entretanto, por mudanças da lei, todo material criado atualmente que se enquadra nos parâmetros de Copyright já está automaticamente protegido. Até ai está tudo bem, se você cria algo é bem justo você não queira que as pessoas usem o seu trabalho sem sua autorização. Isso é bastante justo se supusermos que o autor assim o deseja. Não se pensou numa possibilidade em que o criador da obra simplesmente não se importa que ela seja usada sem ser consultado.

É ai que entra o Creative Commons, um sistema de licenças que permite ao criador determinar o quão e sob quais condições ele deseja que sua obra seja explorada por terceiros. Tais licenças vão da proibição total dos usos sobre uma obra - todos os direitos reservados - ao domínio público - nenhum direito reservado. Esse sistema foi criado para ser uma alternativa ao Copyright para pessoas que simplesmente desejam que sua obras possam ser utilizadas ou modificadas por terceiros.

Algumas licenças oferecidas pelo Creative Commons são:
  • Atribuição (BY): Os licenciados têm o direito de copiar, distribuir, exibir e executar a obra e fazer trabalhos derivados dela, conquanto que dêem créditos devidos ao autor ou licenciador, na maneira especificada por estes.
  • Uso Não comercial (NC): Os licenciados podem copiar, distribuir, exibir e executar a obra e fazer trabalhos derivados dela, desde que sejam para fins não-comerciais.
  • Não a obras derivadas (ND): Os licenciados podem copiar, distribuir, exibir e executar apenas cópias exatas da obra, não podendo criar derivações da mesma.
  • Compartilhamento pela mesma licença (SA): Os licenciados devem distribuir obras derivadas somente sob uma licença idêntica à que governa a obra original.
fonte:http://www.creativecommons.org.br/index.php?option=com_content&task=view&id=26&Itemid=39

Agora fica a dúvida: em qual característica eu me enquadro? Que tipo de pessoa sou eu? Eu sou um © ou um cc? Antes disso eu gostaria de levar a uma reflexão: Atualmente eu não consigo mais ver sentido em proteger algo com Copyright em um mundo onde as digitalizações e o compartilhamento de material via web virou algo rotineiro. Tal proteção tornou-se cara, cansativa e quase impossível. Sabiamente não devemos tentar ficar nadando contra uma correnteza imensamente mais forte do que tudo que já foi visto em âmbito de compartilhamento cultural. Ao invés disso é muito mais sábio passar a nada a favor, tornar-se mais maleável, aprender a conviver com a nova realidade, pois esse caminho, ao que tudo indica, é sem volta.

Em debates com Daniel cheguei a conclusão que agora o modo como produzimos arte e conhecimento de modo geral vai ser colocado cada vez mais à prova. A difusão daquilo criado tornou-se mais inesperada, potencializada e imprevisível. Criar e fazer com que sua obra seja vista está mais fácil do que nunca. As ideias e as expressões serão colocadas cada vez mais a prova, cada vez mais a qualidade será exigida, pois todos temos espaços semelhantes na rede e as barreiras físicas de concorrência simplesmente param de existir.

Trabalhos fotográficos da universidade podem estar sendo visualizados por pessoas de qualquer lugar sem que o autor da fotografia ao menos tenha conhecimento. A questão é: a fotografia estará assinada com o nome do autor ou não? Eis a grande diferença: o Copyright se tornou um tiro no pé, pois além de não ter mais a capacidade plena de proteger o material produzido, ele incentiva a reprodução não autorizada e o não crédito ao autor da obra por motivos óbvios.

Pense nisso.

A Música Contemporânea

Nestas férias tenho trabalhado durante a tarde, todos os dias, no escritório de engenharia e um amigo meu que trabalha lá comigo passa o dia ouvindo pop rock ou rock nacional enquanto trabalha. Como músico quase formado, venho do clássico, gênero musical detestado por muita gente, odiado por mais gente ainda e amado por poucos. E, por vir do clássico, os gêneros de rock que mais admiro e defendo estão entre o rock progressivo (Pink Floyd, Yes, Emerson, Lake & Palmer, Jethro Tull, Asia, entre outros) e o hard rock (Guns n' Roses, AC/DC, Led Zeppelin, Black Sabbath, Deep Purple, e companhia). Ora, o hard rock é objeto de ofensa para muitos críticos, e é até visto como trash, mas isso é conversa para outro dia.

Não gosto muito de pop rock, acredito que pouca coisa salva nesse meio, pelo modo como esse estilo de música caminhou para um lado puramente comercial, sem aplicações ou inovações para a arte ou sem gritos de protesto (não que a música tenha que, invariavelmente, ter caráter de protesto). Não. Hoje tudo é voltado para o lado mais comercial possível, porque o importante é vender, vender, vender. Os três temas mais saturados de hoje em dia na música, os mais escolhidos como temas de letras musicais são: amor, desilusão amorosa e amor e desilusão amorosa. Ora, meu problema não é com esses temas, não há nada de errado em falar sobre amor, todos fazem isso, é um tema bonito e até difícil de se falar e escrever. Meu problema é com o modo como a música se tornou um setor da indústria, e não da arte em si. E o real problema não está nos músicos que são fabricados hoje em dia. Existe uma gama de músicos de estúdio virtuosos, bons de serviço, geniais e que sabem o que fazem espalhados pelo mundo. Mas hoje, quem faz sucesso são aqueles que se vendem fazendo a música que mais fácil entra na cabeça das pessoas, e não aquelas que tem algum significado importante, que as faz pensar ou sentir. De forma alguma. Uso, para identificar esses músicos, um termo inventado por Freddie Mercury nos anos 80. Os músicos que se destacam, os que mais vendem e lucram com a sua música, são os que chamo de "prostitutas musicais".

Ora, mas Freddie Mercury disse: "eu sou uma prostituta musical". Se ele disse isso, então estava admitindo que fazia música apenas para ganhar dinheiro, certo? Corretíssimo! Mas existe uma diferença enorme entre Freddie Mercury e os músicos de hoje. É fato que a época em que a música é feita influencia o processo criativo, e naquela época, a música não era simplesmente um objeto comercial, era também uma forma de expressão e uma forma de arte, e tão certo quanto o indiano Freddie cantava bem, ele também não se esquecia de que o que estava fazendo era, acima de tudo, uma forma de arte. E é exatamente aí que mora o problema.

Nos dias atuais, a música está mais viva e ativa do que nunca, mas os ideais se perderam quase todos. Com o advento e o avanço da tecnologia, ficou muito fácil para qualquer um compor uma música. "A ruína dos ideais clássicos fez de todos artistas possíveis e, portanto, maus artistas". Isso acontece porque não é mais necessário entender de música para compor música, é preciso apenas que se saiba mexer em um software que automatiza tudo, é só clicar e a música está pronta. Dessa forma, quem não tem talento também compõe, acha que está bom e mostra para todo mundo, afinal de contas, o que seria do mundo do comércio sem a internet nos dias de hoje?

O problema é que as pessoas de hoje em dia pensam de forma diferente do que pensavam a 300, 100, 50 anos atrás. Na década de 70 o "pop" era Donna Summer, a rainha das discotecas. No Brasil, quem se destacava eram os malucos psicodélicos de bandas como O Terço, Sagrado Coração da Terra, A Barca do Sol, O Som Nosso de Cada Dia, Doces Bárbaros e muitos outros. Essas bandas é que eram o pop da década que mais influenciou e mais inovou a música.

Mas o que vem a ser o "pop"? Elton John é tão pop quanto Jota Quest, e os gêneros musicais de ambos são tão parecidos quanto o rato é com o gato. Ora, é claro que "pop" não é um gênero musical. Não existe o gênero "pop rock". Existe o rock! O termo "pop" é uma abreviação da palavra "popular" (parece óbvio, mas pouca gente pensa nisso), que vem do latim "populis", que significa "do povo". Portanto, Bohemian Rhapsody é tão pop quanto Garota Nacional, a única diferença é que uma é mais difícil de se escutar do que a outra.

A música cheia de detalhes, que não tem um refrão que cola na cabeça por três dias é igual um livro difícil de ler: só se aprende a lê-lo, a entendê-lo, lendo-o e lendo outros livros do mesmo gênero. Mas, infelizmente, hoje tudo vem mastigado, tudo vem mais fácil de engolir, e se, no caso da música, é necessário fazer esforço para entender, então ela é ruim e não presta. É mais fácil e mais gostoso ouvir uma música quando ela é simples, repetitiva e grudenta. É isso que as pessoas querem. Daí o sucesso absurdo de “músicos” como Justin Bieber, Lady Gaga, Katy Parry, Black Eyed Peas e outros nomes da música contemporânea.

Esses músicos, que vem usando a música e as ferramentas eletrônicas para produzirem seus hits de sucesso mundial em nada contribuem para a música em si. A música eletrônica poderia ter sido muito mais inovadora se os produtores e donos de gravadoras não tivessem caído na bobagem de investirem em clones.

A meta capitalista foi uma das causadoras desse desastre cultural. Antigamente, o que fazia sucesso era o músico que inovava, que tentava coisas novas e diferentes, tanto que nos 70, o “boom criacional” era absurdo e em época alguma houve tantos músicos experimentais como aquela. Mas atualmente, faz sucesso aquele que imita os que vieram antes dele. Nunca houve tantas músicas que falam sobre amor, nunca houve tantas músicas que falam sobre desilusão amorosa. Nunca houve tantas músicas repetitivas e sem graça. Mas as pessoas ouvem e falam: “é bonitinha!”. Sim, mas e daí? O que mais ela é além de bonitinha? Outro dia surgiu uma banda fazendo sucesso que era exatamente igual àquela que acabou de tocar ali no Caldeirão do Huck.

Mas o problema não está com os músicos e sim com quem lança os músicos? Também. O mercado oferece o que o público pede. A cultura musical seria tão mais rica se as pessoas não pedissem sempre o mesmo prato todas as vezes.

Lady Gaga é boa cantora, veio da ópera. Estuda piano desde os quatro anos de idade, mas só agora conseguiu reconhecimento. Por quê? Fergie também é uma boa cantora, é criativa com suas melodias, mas quando tentou sua carreira longe do Black Eyed Peas, sumiu do mundo. Por quê? John Mayer é um excelente guitarrista, que usa bastantes levadas do blues em suas composições e canta bem, mas não toca blues. Suas músicas apenas passam de leve por ele. Por quê? Justin Bieber... bom, deixa ele pra lá.

Hoje, todos os bons músicos, que tem que pagar suas contas e comprar o pão de cada dia, caem na mesmice de todos os outros músicos. São bons músicos, criativos e técnicos, mas não usam nem metade de seus recursos na hora de compor. Porque não basta fazer uma boa música, mas sim fazer uma música que venda bastante, ainda que ela seja de má qualidade. Essa é a meta, e a inovação acabou sendo deixada no canto, esquecida e passou a ser vista como utopia ou um sonho distante.

E quem sai perdendo com isso tudo? Todo mundo! As gravadoras lucram e depois correm atrás de outra imagem, as pessoas ouvem a música que gostam e se esquecem dela depois e a cultura empobrece cada vez mais ou vai sendo esquecida. Para quê serve a cultura quando se tem o dinheiro para nos suprir?

Não sou contra esses músicos. Sou contra os rumos que a música está tomando nos últimos anos. Acredito que tudo poderia ter sido diferente se a criatividade não tivesse sido assassinada como foi em prol dos lucros dos músicos e das gravadoras.
Hoje, os músicos que possuem técnicas, os virtuosos, estão em extinção. Quando David Gilmour, Keith Richards, Angus Young, Keith Emerson, Ian Anderson, e muitos outros se forem, o que vão restar em sua maioria esmagadora vão ser apenas músicos “fogo de palha”. Músicos do momento. Ficam três meses fazendo sucesso e depois caem no esquecimento e dão a oportunidade aos que vem em seguida. Quantos músicos podem se gabar de comemorarem quarenta anos de estrada? Quantos músicos fazem turnês especiais de comemoração de trinta anos de estrada?

O mais importante seria recuperar a criatividade musical e aplicá-la aos gêneros dos dias atuais. Deixar que a capacidade de criação dos músicos que estão por aí flua e que a riqueza cultural seja refeita, ou então continuaremos na estagnação cultural com outros justins biebers liderando o caminho.