"O que é que há, Velhinho"?

Já faz algum tempo que eu quero postar isso aqui.

Praticamente metade da minha vida aqui em Belo Horizonte eu passo dentro dos ônibus, sendo voltando da faculdade ou indo para o Shopping comprar alguma coisa. Sendo como for, é uma média de dois ônibus por dia. Dessa forma, como passo muito tempo dentro dos "balaios", eu tenho tido acesso a casos e acontecimentos tão frequentes que simplesmente não é possível não falar deles aqui ou em qualquer lugar.

Desde quando eu comecei a viver essa vida de estudante universitário em BH, o que aconteceu há dois anos, tenho visto a BHTrans espalhando uma política de melhoria no transporte público que vai desde o espaço aberto a sugestões até ao desconto no segundo ônibus aos domingos. Coisas básicas que todo departamento de trânsporte tem a obrigação de fazer enquanto empresa. Contudo, essas "melhorias", pelo menos a maioria delas, fica só na teoria, e o que é visto, não só por mim, mas por todos que utilizam o transporte público, é uma sucessão de erros, repetidos à exaustão, tanto pelos motoristas, pelos agentes de bordo quanto pela própria BHTrans que não toma nenhuma atitude frente aos usuários indignados com a má qualidade do trabalho que eles vêm realizando.

Por obrigação e determinação do própria BHTrans, os consórcios devem reservar um determinado número de assentos preferenciais para idosos, gestantes, deficientes e obesos (quem nunca viu aquelas cadeiras amarelinhas na parte da frente dos ônibus?). Todos os consórcios seguem perfeitamente essa regra imposta pela BHTrans, mas o que acontece na prática é que muitos idosos e todos aqueles que têm direito ao assento preferencial acabam ficando de pé. Com ônibus lotados, as pessoas não se dão ao trabalho de ceder o espaço reservado a elas. Para não sentirem culpa de deixar a mãe com o filho no colo se equilibrando como pode no corredor, muitos fingem que estão dormindo, ou simplesmente não se importam, preferindo olhar para a janela e fingir uma distração. Maior problema ainda é o agente de bordo, o cobrador, que vê o que acontece e se abstém totalmente de cumprir sua obrigação, resumindo seu emprego a receber o dinheiro da tarifa.

Os motoristas também têm sua parcela de culpa. Já perdi a conta de quantas vezes já fiz sinal para ônibus que não parou quando deveriae de quantas pessoas já vi terem que esperar pelo segundo ônibus porquê o motorista "não viu". Ora, ou ele não viu ou a negligência é grande e frequente demais.

Outro ponto que me incomoda bastante é a brusquidão e imprudência com que os motoristas dirigem os ônibus. Como se estivessem com carros de pequeno porte, "costurando" os outros veículos e pressionando quem não sai da frente; até mesmo já presenciei dois ônibus disputando racha na Avenida Antônio Carlos, que liga a Pampulha ao Centro. No bairro onde moro, Santa Amélia, na região da Pampulha, quem já foi lá sabe que as ruas são todas estreitas, daquelas onde só um carro por vez consegue passar. Mas só quem anda de ônibus naquele lugar sabe a velocidade absurda com que os motoristas entram através das vielas. A sensação de que eles vão carregar todos os carros estacionados é constante. Essa velocidade com que eles dirigem costuma causar acidentes dentro dos próprios ônibus. as pessoas têm que se equilibrar como podem nas cadeiras, nas barras de aço e ai de quem não conseguir se segurar a tempo.

Andar de ônibus se trasformou em uma aventura forçada diária para todos aqueles que, como eu, necessitam do transporte público. Não estou generalizando. Há motoristas e agentes de bordo que são exemplos de bons profissionais, mas a maioria deles deixa a desejar, cumprindo sua obrigação como se estivessem ali fazendo algum favor aos usuários.

2 comentários:

  1. Verdade.
    Mas... vc já experimentou surfar no ônibus?
    é só ficar de pé e usar a imaginação. Uma saída para nossa mineirisse.
    ...e para nossa falta de qualidade no transporte público...

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  2. A BHTrans é qualquer coisa de inacreditável. Inacreditável como conseguem errar em *todas* as decisões, como se não andassem pelo trânsito da cidade um minuto sequer.
    Inadmissível pensar que é um "desconto" eu pagar meia no 2o ônibus pq não tem um direto para onde eu vou. Em qualquer lugar minimamente civilizado, a integração seria por tempo e total - ou seja, sem tarifa no 2o ônibus.
    E isso é o mínimo.

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