Eu estava andando sem nada em mente quando deparei com uma construção um tanto incomum a minha frente. Foi então que percebi que não era somente aquele edifício que era estranho, mas também todo o local onde eu estava.
Estava caminhando tão dispersa que me perdi. Estava em uma área plana sem asfalto e muita poeira. O céu tinha um tom cinza, triste. Olhava para o horizonte e não enxergava o fim. Nada. Ninguém. Então voltei minha atenção para a bizarra construção.
A porta era bem pequena, as janelas só existiam nos últimos andares que deviam ser por volta de uns treze. A base era circular e conforme subia ia se transformando em retangular, triangular e se encurvando para a esquerda, como se quisesse se apoiar no chão. Era como se a contrução tivesse vida própria e que a qualquer instante, ela, que parecia já ter sido majestosa, poderia desabar.
Resolvi entrar.
Pensei que a pessoa que morava ali não devia receber muitas visitas, pois a porta pequenina estava presa ao chão irregular tornando a entrada um tanto difícil. Mas como minha curiosidade era grande, forcei bastante a porta que, com um gemido de entrega, se abriu. Entrei. Não pude enxergar muito à minha frente, então olhei para o alto, porque a luminosidade vinha de lá. As janelas que tinha visto do lado de fora traziam a luz. Uma escada, que não tinha nenhuma proteção, ia subindo contornando as paredes e deixando um vácuo no meio. Depois que me acostumei com o breu, pude ver que o chão era feito com pedras meticulosamente encaixadas entre si. Pedras que brilhavam levemente.
Já que a luz faz o chão brilhar vou fazer mais janelas por aqui. Pensei.
Comecei a quebrar o primeiro andar e, quando vi, tinha construído novas janelas por todos os andares. Tinha limpado a escada, construído um corrimão bastante seguro, matado todos os ratos e insetos. Todo o interior estava novinho em folha.
Lá em cima olhei o horizonte pela janela. Ainda sem nada. Deserto. E quando voltei ao primeiro andar, o chão brilhava como nunca. Ao sair do edifico, levei um susto tão grande que quase cai no chão. A construção tinha se modificado por fora, a estranha estrutura já não estava mais torta e nem parecia mais estranha. Parecia hipnotizante. Ela surgia imponente no meio do nada. Estava majestosa novamente. Então eu me lembrei o que fazia ali.
Aquele era o meu reino.
Eu lembrei por que me perdi naquele deserto. Eu não queria cuidar do meu reino. Mas enfim, eu acordei e então pude ver outros reinos ao meu redor. Alguns muito intrigantes e belos e outros bastante deploráveis com homens perdidos ao seu lado, sem enxergar nada. O dono de um reino maravilhoso me deu várias sementes de árvores e flores e me pediu para que quando minhas plantas florescessem eu fizesse o mesmo, distribuísse o que é bom para os homens que iniciaram sua jornada de melhoria em seu próprio reino.
Eu lembrei por que me perdi naquele deserto. Eu não queria cuidar do meu reino. Mas enfim, eu acordei e então pude ver outros reinos ao meu redor. Alguns muito intrigantes e belos e outros bastante deploráveis com homens perdidos ao seu lado, sem enxergar nada. O dono de um reino maravilhoso me deu várias sementes de árvores e flores e me pediu para que quando minhas plantas florescessem eu fizesse o mesmo, distribuísse o que é bom para os homens que iniciaram sua jornada de melhoria em seu próprio reino.
Que bonito.
ResponderExcluirQue sirva de inspiração para vários. E desde já fica minha torcida para a reforma caminhar cada vez mais firme ;)
Adoro textos metafóricos.
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