Deus não é um "ser"

Esse texto, inicialmente, era um comentário de uma pessoa que eu li num site de ocultismo que acompanho. O comentário foi tão pertinente que achei que merecia virar um artigo ou ganhar um destaque mais formal que não passasse tão batido como usualmente passaria se permanecesse apenas como um comentário de segundo plano no meio de outros muitos comentários.

Para a religião e também para os religiosos, explicar a existência de Deus tem sido um problema. Ora, os ateus só existem por causa dos próprios fiéis. Os ateus nada mais são do que fiéis que perderam a fé depois de comentários (ou ações) daqueles que crêem num ser divino transcendente e maior. Assim como dizia meu professor de Cultura Religiosa, um católico fervoroso, há um grande problema que paira no meio de todos os assuntos quando o tema principal é Deus.

Tudo o que nós podemos fazer é experimentar Deus (sem trocadilhos, por favor). Nós, enquanto humanos, não temos condições de explicar o que é Deus, tudo o que conseguimos fazer é explicar o que Ele não é. Eu, particularmente, nunca encontrei nem conheci ninguém que tenha negado completamente a existência de um sistema, ou lei, que seja responsável pela regência do todo, (leia-se Universo). Os ateus, que são formados basicamente de céticos, são os maiores entusiastas da ciência básica regida pelo conhecimento empírico, ou seja, a comprovação por meio de teste e observação, algo que começou com Copérnico lá por volta de 1543. Esses ateus estão muito mais próximos de Deus do que a maioria dos teístas, e se pararmos para fazer uma observação bem detalhada, qualquer um pode perceber isso.

O real problema está no nome. Quando eu falo que as palavras tem poder as pessoas costumam rir de mim.

Deus.

Essa palavra evoca a ideia de um “ser superior”, e ela remete a autoridade, paternidade, moralidade. As maiores religiões do mundo de hoje tratam a moral como uma lei tão ou mais importante que as leis naturais. E não se deixem enganar, a moral é uma criação do homem, do mesmo homem que criou as instituições políticas, educacionais, econômicas e religiosas. Isso mesmo! Fato: a Igreja é uma instituição criada pelas mesmas pessoas que inventaram a política, a economia e tudo que hoje que rege a sociedade contemporânea. O problema é que essas instituições tratam a violação da moral como “karma”, pecado, ou que quer que se chame. Isso faz as pessoas pensarem que o Universo está preocupado em como elas usam seu dinheiro, qual a posição que mais gostam de fazer sexo, se estão falando mal ou não do vizinho.

Ele não está. O Universo não está. Deus não está.

O nerd que passa o dia inteiro tentando descobrir a resposta para a questão que está na mente dele está mais próximo da iluminação do que aquele sujeito que passa a tarde desenhando sigilos, da velha que passa o dia ajoelhada no banco da igreja pedindo alguma resposta, do que o evangélico na rua que não desgruda o braço da Bíblia ou daquele que passa vinte minutos em suposta meditação, esperando que algo se manifeste.

Deus não é um “ser”. O homem bom não é aquele que é moralmente bondoso ou aquele que segue as leis exatamente do jeito que elas foram feitas para serem seguidas ou como manda a Constituição. Não.

O verdadeiro homem bom é aquele que vive e cria novos homens e que passa o que pode de seu conhecimento para eles. É isso o que o Universo espera de nós.
É isso que Deus quer que façamos.

As regras, as hierarquias, as “ordens” e convenções sociais são o que mais nos afasta da nossa verdadeira essência. De Deus. Somos seres espirituais com experiências humanas e não o contrário.

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